Repelentes – é preciso saber usar.

11 de dezembro de 2015

Doenças transmitidas por insetos, como Dengue, Zika e Chikungunya e a incerteza das complicações do vírus zika, nos levam a necessidade de entender mais sobre o uso de repelentes e como se proteger dos mosquitos e das doenças que eles causam!

Qual o melhor repelente de mosquito?

As recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e CDC (Centre of Diseases Control)  é que os produtos contenham substâncias ativas com registro na Agência de Proteção Ambiental (EPA) ou Anvisa (Brasil). Esses produtos são seguros e não causam efeitos adversos em humanos e no meio ambiente.

Os produtos disponíveis no Brasil são: DEET, icaridina, IR3535, e óleo de eucalipto limão, citronela e outros óleos essenciais, com menor eficácia.

Quantas vezes o repelente deve ser reaplicado?

A frequência de aplicação do repelente deve ser de acordo com a orientação no rótulo do produto. Aqueles que contêm maior porcentagem do ingrediente ativo tem maior duração.

Repelentes podem ser usados em crianças?

Sim. A maioria dos produtos pode ser usado em crianças, desde que respeitado as recomendações do fabricante. Repelentes de insetos não são recomendados para crianças menores de 2 meses.

No Brasil, a Anvisa recomenda a utilização de repelentes em crianças de acordo com a fórmula do produto.

DEET

É o repelente mais eficaz atualmente disponível, usado desde a década de 1950. Quanto maior a concentração da substância, mais longa é a duração da proteção, sem toxicidade relevante. Seguro para crianças e gestantes. Disponível nas marcas: Repelex, Autan e OFF.

Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), em 2003, a recomendação é que produtos à base de DEET (N, N-dietil-m-toluamida) nas crianças numa concentração de 10% parece ser tão seguro como produtos com uma concentração de 30%, quando utilizado de acordo com as instruções nas etiquetas dos produtos. A recomendação geral seria usar a menor concentração possível em crianças e respeitar o tempo de reaplicação e outros cuidados.

AAP recomenda que os repelentes com DEET não devem ser aplicados em bebês com menos de 2 meses de idade.

A recomendação feita pela Anvisa no Brasil é que seja usado a partir dos 2 anos de idade, com concentração até 10%, não reaplicar mais que 3 vezes ao dia.

Icaridina

É um repelente derivado da pimenta, indicado pela OMS para viajantes e utilizado na Europa há mais de 10 anos. É semelhante ao DEET e fornece proteção de longa duração contra insetos. Existem diferentes concentrações, com maior ou menor duração. A ação é semelhante ao DEET, com aparente maior proteção ao Aedes aegypti, quando comparado ao DEET e IR335. É seguro para gestantes e crianças a partir de 2 anos. A única marca disponível no Brasil é o Exposis®.

O seu uso no Brasil é liberado para crianças a partir de 2 anos de idade em concentração de 25%, com período de proteção média de 8 a 10 horas.

IR3535

Repelente sintético usado na Europa há mais de 20 anos. Em concentração de 20%, é eficaz contra Anopheles e Aedes. Aegypti, com eficácia em média de 3 horas. Seguro para gestantes e crianças a partir de 6 meses.

Existem 2 marcas disponíveis no Brasil o Jonhson Loção Antimosquito e o Repelente infantil Huggies Turma da Mônica, ambos com indicação de uso acima de 6 meses, pela Anvisa.

Outros repelentes naturais, como citronela, andiroba, óleo de soja, podem ser usados, mas a sua eficácia é baixa.

Conclusão

Bebês de 0 a 2 meses: repelentes de barreira, protetores de tomadas, telas e roupas compridas.

Bebês 2 a 6 meses: DEET na concentração de no máximo 10% (recomendação AAP, não brasileira) são seguros, desde que respeitados instruções de uso! Na dúvida pergunte ao seu pediatra!

Bebês de 6 meses a 2 anos: IR3535 (liberado no Brasil) ou DEET máximo 10% (liberado pela AAP)

Acima de 2 anos: qualquer uma das opções, sendo mais eficazes os a base de DEET ou ICARIDINA. Respeitar os limites de aplicação.

Fonte: Pediatria Descomplicada

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