Categoria: psiquiatria

22 de outubro de 2018

SEU FILHO ESTÁ GAGUEJANDO?

Caso seu filho tenha dificuldade para falar e costuma hesitar ou repetir determinadas sílabas, palavras ou frases, ele pode ter uma disfluência ou uma GAGUEIRA. Contudo, ele também pode estar atravessando um período de disfluência normal, período este que muitas crianças enfrentam quando estão aprendendo a falar. Este informativo vai ajudá-lo a entender a diferença entre gagueira e o desenvolvimento normal da linguagem.

A disfluência normal das crianças:

1. A criança dentro do seu desenvolvimento normal pode ser disfluente, ocasionalmente, repetindo uma ou duas vezes sílabas ou palavras, por exemplo: pa-pa-pato.
2. As disfluências ocorrem com mais frequência entre um ano e meio e cinco anos de idade, costumam ir e vir.

Normalmente, essas disfluências são sinais de que a criança está aprendendo a usar a linguagem de maneira nova.

A criança com gagueira leve:
1. A criança com gagueira leve repete sons mais de duas vezes, pa-pa-pa-pa pato por exemplo. A presença de tensão pode ser evidente nos músculos faciais, especialmente ao redor da boca.
2. A intensidade de voz pode aumentar com as repetições e, ocasionalmente, a criança terá “bloqueios” – ausência de ar e voz por alguns segundos.

Você pode ajudar seu filho:
1. Tente falar mais lenta e relaxadamente quando conversar com seu filho. Estimule toda a família para fazerem o mesmo. Não fale tão devagar de modo que sua fala pareça estranha, mas mantenha-a lenta e faça várias pausas.
2. A fala lenta e relaxada pode ser mais eficaz quando a criança tiver um tempo do dia com a atenção de seus pais só para ela, sem ter que competir com outros. Alguns minutos do seu dia podem ser reservados para a criança, é um tempo em que se vai apenas ouvir o que a criança tem para falar.
3. Quando seu filho falar ou perguntar algo, tente parar um segundo ou mais antes de responder. Isso vai fazer com que sua fala fique mais lenta e relaxada.
4. Tente não ficar chateado ou nervoso quando a gagueira aumentar. Seu filho está fazendo o melhor que pode para aprender muitas regras novas de linguagem (todas ao mesmo tempo). Sua atitude de aceitação e paciência vai ajudá-lo muito.
5. Repetições sem esforço e prolongamentos de sons são as maneiras mais saudáveis de se gaguejar. Qualquer coisa que ajude seu filho a gaguejar desta maneira ao invés de com tensão e evitando palavras, deve ser feito.
6. Se seu filho fica frustrado ou triste quando a gagueira está pior, dê a ele segurança. Algumas crianças se sentem melhor quando ouvem “Eu sei que às vezes é difícil falar… mas muitas pessoas empacam em algumas palavras… não tem importância”. Algumas crianças se sentem mais confiantes ao serem tocadas ou abraçadas quando se sentem frustradas.

A criança com gagueira severa:
1. Se seu filho gagueja em mais de 10% da sua fala, apresenta esforço e tensão para falar, evita palavras (muda a palavra) e/ou usa vários sons para começar a falar, ele precisa de terapia. Os bloqueios de fala são mais comuns do que as repetições e os prolongamentos. As disfluências estão presentes na maioria das situações de comunicação.
2. As sugestões dadas para os pais das crianças com gagueira leve também servem para as crianças com gagueira severa. Tente lembrar que lentificar e relaxar sua própria fala trazem muito mais benefícios para a criança do que falar para seu filho relaxar, respirar, pensar, falar mais devagar, etc.
3. Encoraje seu filho a falar com você sobre a gagueira. Mostre paciência e aceitação enquanto conversar sobre o assunto. Superar a gagueira é mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que esforçar-se para falar melhor.

A gagueira atinge um número elevado de crianças e é motivo de preconceito e bullying na escola. A intervenção fonoaudiológica precoce e o envolvimento da família e da escola são essenciais para melhorar a fluência, assim como a integração social e escolar.
Existem diversas linhas de tratamento para a gagueira, consulte um FONOAUDIÓLOGO, que é o profissional qualificado para lhe dar todo o suporte e orientar na direção do melhor tratamento para cada caso.

A CLIPI conta com uma equipe multidisciplinar, composta por Fonoaudiólogas, Psicólogas e Psiquiatra da Infância e Adolescência para o tratamento da Gagueira e outras disfunções da fala.

Fonte: http://www.abragagueira.org.br/

25 de julho de 2017

O que é o TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

Existe mesmo o TDAH?

Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.

Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?

Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?

Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.

No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.

Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.

Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa consequências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.

O TDAH é comum?

Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

Quais são os sintomas de TDAH?

O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:

1) Desatenção

2) Hiperatividade-impulsividade

O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.

Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Quais são as causas do TDAH?

Já existem inúmeros estudos em todo o mundo – inclusive no Brasil – demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.

Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.

O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas, chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).

Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

 

  1. A) Hereditariedade:

Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais frequente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).

Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo “desatento” ou “hiperativo” simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.

Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc…). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também se diz “concordantes”) do que os fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.

A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único “gene do TDAH”. Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.

  1. B) Substâncias ingeridas na gravidez:

Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.

  1. C) Sofrimento fetal:

Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.

  1. D) Exposição a chumbo:

Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

  1. E) Problemas Familiares:

Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais consequência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais). Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.

fonte: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html

 

7 de março de 2017

Tédio e Tempo livre estimulam a criatividade das crianças!
Com grande parte do seu tempo passado na escola e gasto na realização da lição de casa, muitas crianças acumulam sobrecarga de atividades. Sobra pouquíssimo tempo livre. E isso impacta profundamente o desenvolvimento infantil. Estamos criando adultos menos criativos, mais robotizados, que precisam estar ocupados o tempo todo e que sentem que está sempre faltando alguma coisa.
Além da sobrecarga de atividades, muitas vezes os espaços entre uma atividade e outra são preenchidos com excesso de tecnologia, como jogos, celulares e tablets.

O problema é o superestímulo que eles fornecem. Por meio desses aparelhos, a criança se acostuma a vivenciar tudo muito rápido. Então, qualquer coisa com menos velocidade vai entediar. Além disso, esses eletrônicos proporcionam uma continuidade que é ao mesmo tempo cômoda e alienante: quando um vídeo termina, outro começa em seguida. Quando a criança passa uma fase do jogo, a próxima se inicia imediatamente. Não há uma pausa sequer para pensar se quer continuar ali ou não. Então, ela acaba entrando em um modo automático de entretenimento.
Ter tempo para não fazer nada é essencial para que as crianças adquiram habilidades que vão fazer a diferença em toda a sua vida. É preciso entender que a criança precisa ficar um pouco sozinha, para fazer as coisas no seu tempo e desenvolver a criatividade, ou simplesmente aprender a tolerar esse momento sem aflição.
Quando estamos sem nada para fazer, nosso cérebro constrói conexões. É quando ele elabora os estímulos que recebemos ao longo do dia: tudo o que ouvimos, vimos e sentimos.

Devemos resistir ao impulso de (sempre) querer proporcionar atividades para a criança e interferir o mínimo possível, dando à criança a chance de encontrar mecanismos para se auto entreter; seja desenhando, lendo, brincando ou simplesmente aprendendo a ficar numa boa em sua própria companhia, sem sentir angústia por não estar ocupada.

Às vezes, a melhor forma de aproveitar o tempo é estar aberto e não fazer nada: contemplar o céu, sentir o tapete macio, fechar os olhos e ouvir os sons ao redor. É assim que a criança vai aprender a encontrar pequenas alegrias em cada momento da vida e saber aproveitar a cabeça livre para ter grandes ideias, grandes projetos. Hoje e no futuro!

(Fonte: revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2017/02/tedio-saiba-por-que-ele-e-importante-para-o-seu-filho.html)

3 de fevereiro de 2017

Saúde mental e qualidade de vida andam juntas!

Com o início do ano letivo se aproximando, queremos chamar a sua atenção para uma questão muito delicada. É fato que, muitas das perturbações vivenciadas por uma pessoa adulta têm sua origem em fatores de risco da infância. Por exemplo, quando uma criança se sente rejeitada na escola ou em determinado grupo social, o risco de desenvolverem um comportamento antissocial, agressivo ou depressivo se eleva, podendo levar a problemas de conduta.

Os pais são os primeiros observadores da saúde e do bem estar da criança, e quando percebem algum problema relacionado ao desenvolvimento, seja ele, motor cognitivo, comportamental ou emocional, devem procurar por orientação especializada.

Consideramos também a importância da escola como parceira na observação de alterações comportamentais e afetivas… Isso porque as crianças e os adolescentes passam um tempo considerável no ambiente escolar. Além disso, pela própria experiência e conhecimento dos padrões funcionais típicos de cada faixa etária, os profissionais da educação podem fazer observações que, talvez os pais ou responsáveis demorassem mais a perceber.

No entanto é preciso muita empatia ao abordar o tema com as famílias, evitando embasamento em conhecimentos genéricos, que acabam atribuindo preocupações desnecessárias sobre comportamentos considerados adequados.

Por isso a parceria se faz tão importante, a escola deve se posicionar como olhos e ouvidos atentos, como mente consciente, observando as crianças tanto em relação ao grupo quanto em relação a si mesmas.

A observação atenciosa e a troca de informações entre a família e a escola são fundamentais.

E caso haja alguma suspeita, ou situações que se apresentem em ambientes diversos, ou sejam notadas por indivíduos distintos, encaminhar a criança para uma avaliação profissional adequada.

O diagnóstico de transtornos mentais cabe ao Psiquiatra, mas quem direciona a criança para ele é a díade escola-família!

Quanto antes for detectado um problema, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

A Dra. Cinthya Rodrigues Oliveira Liebert é Médica Psiquiatra da Infância e Adolescência na Clínica Clipi.

Para agendar uma consulta ligue: (47) 3367-2727.

6 de janeiro de 2017

 

Classicamente, o início da puberdade deve ocorrer entre 8 e 13 anos, nas meninas, e no período que vai dos 9 aos 14 anos nos meninos. A puberdades que se inicia, em meninas antes dos 8 anos ou em meninos antes dos 9 anos, é considerada precoce, requerendo investigação e, se necessário tratamento.

O desajuste entre a maturação física e a psicológica é apenas um dos prejuízos impostos pela puberdade precoce. O fato é que há uma tendência secular do amadurecimento sexual cada vez mais cedo e a maior incidência está entre as meninas. Atualmente, a obesidade se destaca como fator de risco, principalmente para as meninas, porque o tecido gorduroso secreta hormônio feminino, podendo resultar no amadurecimento puberal antecipado. Portanto, o aparecimento da glândula mamária em meninas, e o aumento do volume testicular nos meninos, assim como pelos pubianos, ou odor axilar em ambos os sexos, exige uma consulta especializada.

O Dr. Paulo R. F. do Nascimento é o Endocrinologista Pediátrico na Clipi, esta é a especialidade da pediatria responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento das doenças relacionadas às alterações hormonais nessas faixas etárias.

Para agendar uma consulta ligue: (47) 3367-2727.

Clipi – Clínica Pediátrica Integrada e Centro de Vacinas: Rua Francisco Manoel de Souza, 129 Pioneiros | Balneário Camboriú – SC

24 de outubro de 2016

SEU FILHO ESTÁ GAGUEJANDO?

Caso seu filho tenha dificuldade para falar e costuma hesitar ou repetir determinadas sílabas, palavras ou frases, ele pode ter uma disfluência ou uma gagueira. Contudo, ele também pode estar atravessando um período de disfluência normal, período este que muitas crianças enfrentam quando estão aprendendo a falar. Este informativo vai ajudá-lo a entender a diferença entre gagueira e o desenvolvimento normal da linguagem.

A disfluência normal das crianças:

A criança dentro do seu desenvolvimento normal pode ser disfluente, ocasionalmente, repetindo uma ou duas vezes sílabas ou palavras, por exemplo: pa-pa-pato.

As disfluências ocorrem com mais frequência entre um ano e meio e cinco anos de idade, costumam ir e vir.

Normalmente, essas disfluências são sinais de que a criança está aprendendo a usar a linguagem de maneira nova.

A criança com gagueira leve:

A criança com gagueira leve repete sons mais de duas vezes, pa-pa-pa-pa pato por exemplo. A presença de tensão pode ser evidente nos músculos faciais, especialmente ao redor da boca.

A intensidade de voz pode aumentar com as repetições e, ocasionalmente, a criança terá “bloqueios” – ausência de ar e voz por alguns segundos.

Você pode ajudar seu filho:

Tente falar mais lenta e relaxadamente quando conversar com seu filho. Encoraje outros membros da família para fazerem o mesmo. Não fale tão devagar de modo que sua fala pareça estranha, mas mantenha-a lenta e faça várias pausas.

A fala lenta e relaxada pode ser mais eficaz quando a criança tiver um tempo do dia com a atenção de seus pais só para ela, sem ter que competir com outros. Alguns minutos do seu dia podem ser reservados para a criança, é um tempo em que se vai apenas ouvir o que a criança tem para falar.

Quando seu filho falar ou perguntar algo, tente parar um segundo ou mais antes de responder. Isso vai fazer com que sua fala fique mais lenta e relaxada.

Tente não ficar chateado ou nervoso quando a gagueira aumentar. Seu filho está fazendo o melhor que pode para aprender muitas regras novas de linguagem (todas ao mesmo tempo). Sua atitude de aceitação e paciência vai ajudá-lo muito.

Repetições sem esforço e prolongamentos de sons são as maneiras mais saudáveis de se gaguejar. Qualquer coisa que ajude seu filho a gaguejar desta maneira ao invés de com tensão e evitando palavras deve ser feito.

Se seu filho fica frustrado ou triste quando a gagueira está pior, dê a ele segurança. Algumas crianças se sentem melhor quando ouvem “Eu sei que às vezes é difícil falar… mas muitas pessoas empacam em algumas palavras… não tem importância”. Algumas crianças se sentem mais confiantes ao serem tocadas ou abraçadas quando se sentem frustradas.

A criança com gagueira severa:

Se seu filho gagueja em mais de 10% da sua fala, apresenta esforço e tensão para falar, evita palavras (muda a palavra) e/ou usa vários sons para começar a falar, ele precisa de terapia. Os bloqueios de fala são mais comuns do que as repetições e os prolongamentos. As disfluências estão presentes na maioria das situações de comunicação.

As sugestões dadas para os pais das crianças com gagueira leve também servem para as crianças com gagueira severa. Tente lembrar que lentificar e relaxar sua própria fala trazem muito mais benefícios para a criança do que falar para seu filho relaxar, respirar, pensar, falar mais devagar, etc.

Encoraje seu filho a falar com você sobre a gagueira. Mostre paciência e aceitação enquanto conversar sobre o assunto. Superar a gagueira é mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que esforçar-se para falar melhor.

Fonte de pesquisa: http://www.abragagueira.org.br/

19 de setembro de 2016

A retirada das fraldas é um marco de crescimento extremamente importante na primeira infância: sai de cena o bebê que deita para receber cuidados e entra uma criança que precisa ser mais independente e autônoma para fazer por si mesma.

É necessário que a criança tenha as condições de entender o processo para que ela possa ser desfraldada sem que isso cause transtornos emocionais, psicológicos e até clínicos. Algumas crianças que ainda não estão preparadas para esse processo podem evoluir com constipação intestinal (intestino preso) ou infecção urinária, por isso é preciso avaliar se a criança está realmente preparada para o desfralde.

Cada criança é única e precisa ser acompanhada individualmente. Normalmente, qualquer tentativa antes dos 2 anos, pode ser frustrante para todos. O desenvolvimento neuropsicomotor da criança deve ser respeitado e sabemos que os esfíncteres que controlam as eliminações de urina e fezes estão maduros neurologicamente entre 2 anos e meio a 3 anos de idade.

Portanto, devemos observar fases da criança para iniciar o desfralde:

FASE -1 – A criança consegue te avisar que FEZ

Essa percepção da criança em sentir que está com xixi ou cocô demonstra que ela está iniciando o processo do desfralde, mas precisa ter as 3 fases associadas para obter sucesso com a retirada das fraldas.

FASE -2 – A criança consegue te avisar que ESTÁ FAZENDO

Nessa fase, a criança começa a ter a sensação da passagem de suas eliminações pelo reto e pela uretra, mas ainda não consegue reter ou segurar. Ou seja, falta a consciência do ato.

FASE -3 – A criança consegue te avisar que QUER FAZER

A criança já consegue avisar, controlar e segurar as fezes e urina. É nessa fase que o desfralde deve ser realizado e será rápido, tranquilo e sem traumas.

O ideal é respeitar o tempo de cada criança, dar apoio emocional e motivar para que o desfralde seja realizado de forma tranquila e segura.

(Daniela Mendonça| Gastroenterologista Pediátrica  – CRM 20908 | RQE 12409).

29 de agosto de 2016

Você sabia que as crianças também apresentam sinais de ansiedade quando algo as incomoda. A ansiedade é quando a projeção mental no futuro é mais forte do que no presente. A questão ambiental, como o convívio em casa com a família, exerce uma função importante no comportamento da criança. Até os 7 anos, a criança está em um nível de desenvolvimento primitivo, e a família é o alicerce para os seus valores. Se no dia a dia ela presencia brigas dos pais, preocupação excessiva deles com trabalho, por exemplo, é provável que fique insegura e ansiosa também.

A criança ansiosa não se concentra no momento atual. Ela tem medo de tudo e dificuldades em passar as etapas do seu desenvolvimento, como largar as fraldas ou a chupeta. Em idade escolar, o desempenho nos estudos pode ser prejudicado, por não conseguir acompanhar as explicações do professor. Quando está brincando, ela pode atropelar a colega. Se o jogo é de tabuleiro, por exemplo, quer jogar a todo o momento e não sabe esperar sua vez. É claro que, se está em época de provas, esperando por uma viagem ou festa de aniversário, ele vai ficar ansioso, mas são situações que não trarão danos para a sua vida. Vale o bom senso dos pais para observar a criança. O problema é quando o sono, a alimentação, o desenvolvimento educacional e social da criança são afetados.

Como os pais podem ajudar os filhos em momentos de ansiedade:

– Ensine seu filho a respirar bem devagar, para que ele se acalme;

– Ao contar uma história, se perceber que ele está disperso, chame-o com carinho e o envolva novamente no enredo;

– Converse com seu filho. Se perceber uma mudança no comportamento, ajude-o a se expressar, a nomear o que está sentindo;

– Ofereça saídas práticas. Se estiver muito ansioso por causa de um evento, ajude-o a se distrair, sem fazer comentários sobre seu comportamento. Se estiver comendo muito rápido, peça que acompanhe o seu ritmo;

– Proponha atividades físicas. Elas relaxam e colocam a criança no presente.

– Se perceber que a rotina e o desenvolvimento da criança estão prejudicados por conta da ansiedade, procure ajuda de um profissional.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2013/02/crianca-tambem-sofre-de-ansiedade.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post

5 de julho de 2016

Será que estamos criando pequenos cada vez mais impacientes? Entenda quais as consequências disso e o que você pode fazer para ajudá-los a serem menos ansiosos

Sabe aquela clássica cena da família jantando no restaurante enquanto a única criança da mesa está completamente alheia à conversa, hipnotizada por algum desenho no celular? Ou então aquela de uma mãe morrendo de vergonha e colocando qualquer coisa no carrinho, só para o filho parar de espernear no meio do supermercado e ir logo para casa? Pois é, elas acontecem – e muito!

Fazer birra é um comportamento normal das crianças, afinal, faz parte da infância testar os limites. A questão é que, com a tecnologia cada vez mais ao alcance das (pequeninas) mãos, a paciência está virando artigo de luxo. “Vivemos num contexto em que tudo se resolve muito rapidamente com apenas um clique. Os avanços tecnológicos fazem com que as crianças cresçam num mundo em que as coisas acontecem na hora em que elas querem. Não precisam nem esperar o desenho preferido na TV, já que assistem quando têm vontade e na plataforma que preferem”, explica Roberta Bento, especialista em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro pela Universidade da Califórnia e Duke University; e em aprendizagem cooperativa pelas Universidades de Minnesota e de San Diego.

Além da questão tecnológica, a formação das famílias atuais também influencia nessa pressa que os pequenos têm para serem atendidos. Antigamente, tinha-se mais filhos e até nas refeições era preciso esperar a sua vez de ser servido. Hoje, é cada vez mais comum que os casais tenham só uma criança, que sempre tem tudo na hora que quer,  “elas vivem num mundo que parece ser totalmente adaptado e pronto para os seus desejos”.

Como ensinar os filhos a esperar

Não adianta, não tem cartilha ou fórmula mágica para criar filhos mais pacientes – esse é um exercício diário, que deve ser trabalhado naquelas pequenas situações do cotidiano. Por exemplo, ao invés de aproveitar enquanto as crianças estão na escola para ir ao supermercado, vá com elas fazer as compras e explique o que vocês estão fazendo. Na sala de espera de um consultório médico, invente alguma brincadeira para passar o tempo, que não envolva um celular. Brinque de procurar letras, de encontrar objetos de determinada cor… Aproveite para conversar com seu filho.

E não custa lembrar: o comportamento da criança na rua, na escola, nos restaurantes e em todos os outros ambientes que ela frequenta é apenas um reflexo de como ela vive em casa e, claro, de como os pais se comportam. Portanto, não adianta esperar que seu filho saiba esperar, se em casa ele tem tudo quando deseja e se vê os adultos na maior correria a todo momento. Além disso, é preciso ter consciência de que a paciência precisa ser ensinada. Essa não é mais uma competência que se desenvolve sozinha e não é interessante que os pais pensem que, dado o contexto atual, ela é desnecessária, já que tudo acontece muito rápido. É preciso que eles se empenhem dia a dia.

Por que eles precisam ter paciência?

Uma criança que é ensinada a esperar se torna uma pessoa mais educada, pois ao entender que o mundo não gira ao seu redor, ela cresce menos egocêntrica e vive melhor em sociedade. Ela aprende, por exemplo, que é preciso deixar as pessoas saírem do metrô antes de entrar e que as coisas passam por um processo antes de acontecer – a comida não fica pronta por mágica e não chegamos à praia de uma hora para outra. Tudo leva tempo e é preciso saber lidar com isso.

Criar filhos menos ansiosos também ajuda no aprendizado, já que eles conseguem parar para ouvir e, então, formular argumentos. Os pequenos mais pacientes também conversam melhor, já que conseguem esperar o tempo de fala do outro para poder responder – e estabelecer essa linha de raciocínio demanda muita paciência. Além disso, a criança aprende a considerar o outro e, assim, a respeitar as diferenças.

A importância do tédio

Natação, inglês, judô, futebol, balé. A agenda dos pequenos parece estar cada vez mais cheia de atividades e o tempo livre – aquela famosa horinha de não fazer nada – está ficando raro. Nós percebemos a angústia dos pais em nunca deixar as crianças entediadas, mas a verdade é que elas precisam lidar com isso. Vivenciar o tédio é bom porque ele gera a necessidade da criatividade para fazer alguma coisa interessante, além de possibilitar um descanso ao cérebro. Portanto, chegar a um equilíbrio é fundamental e trabalhar a ansiedade aos poucos dentro de casa é um caminho para criar filhos mais pacientes e preparados para viver bem em sociedade.

fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/ansiedade-infantil-precisamos-ensinar-criancas-esperar-947044.shtml

17 de maio de 2016

1- O que gera agressividade em uma criança?

No nosso mundo atual, percebe-se um aumento da falta da função paterna (que pode ser exercida pelo pai, pela mãe ou responsável). E com isso, a falta de limites, ou seja, crianças que os pais deixam fazer tudo, que não recebem um NÃO. O bebê precisa ser colocado no trono pela família, como definiu Freud “Sua majestade o bebê”, mas depois ele precisa ser destronado. O problema atual é que muitas crianças continuam a ser a rainha da casa, definindo o canal da televisão, o que querem comer, a hora que querem dormir, onde irão dormir… A criança precisa do limite para ser humanizada e se sentir cuidada e amada.  Outro gerador de agressividade  é quando a criança é vítima de maus tratos físicos (palmadas, surras com cinto…), maus tratos psicológicos (rejeição, insulto, ameaça…) e negligência (não cuidar, deixar sozinha em casa…), ou seja, dificuldades emocionais dos pais atrapalhando a educação de seus filhos.

2- O que é limite?

É aquilo que é proibido pelos pais, estabelecido por estes e colocados para os filhos através de diálogo. É importante deixar claro o SIM e o NÃO e sempre cumprir.

3- A agressividade é inata?

Já na maternidade percebemos como as crianças são diferentes. Umas mamam avidamente, choram com o desconforto e outras mamam bem devagar, raramente choram… Winnicott, um pediatra que depois veio a ser psicanalista, fez um longo estudo sobre a importância da agressividade no desenvolvimento infantil. Ela que nos faz reclamar, competir, não desistir. Todos temos instintos agressivos que precisam de limites dados pela educação.  Mas são as experiências emocionais vividas no ambiente que deixarão a criança mais ou menos agressiva, para isto, é muito importante o estado emocional dos pais.

3- O que é castigo?

Castigo é uma punição. A punição pode levar a sentimentos de ódio, vingança, desafio, culpa, falta de valor e auto piedade.  Muitos autores referem que, ” o castigo não soluciona nada, é uma distração, que em vez de o filho se sentir chateado pelo que fez e refletir sobre como poderia melhorar, ele se preocupa com fantasias de vingança”. Em outras palavras: “ao se castigar uma criança, na verdade a impedimos de um processo interno muito importante de enfrentar o seu próprio mau comportamento”. (Faber, A & Mazlish, E. Como Falar Para o Seu Filho Ouvir e como Ouvir Para o Seu Filho Falar, p. 113)

4- Como dar limites sem dar castigo?

É mesmo muito difícil colocar limites em uma criança. Para que a criança compreenda o limite e ele seja efetivo:

– Descreva o problema ao invés de culpar ou mandar. Exemplo: Filho, a água da pia está quase transbordando! Ao invés de: Você é um irresponsável, sempre se esquece de fechar a torneira!

-Dê uma informação ao invés de acusar ou insultar. Exemplo: Filho! O leite azeda se ficar fora da geladeira. Em vez de: quem bebeu o leite e não guardou na geladeira? É muito mais fácil aceitar um limite dado em forma de informação do que de acusação.

-Fale com poucas palavras. Exemplo: Crianças! Pijama! Ao invés de: estou sempre pedindo e pedindo que vocês coloquem os pijamas e tudo o que vocês fizeram até agora foi continuar a fazer palhaçadas. Vocês prometeram que antes de ver TV vocês vestiriam os pijamas. Só que eu não estou vendo nenhum sinal daquilo que foi prometido.

– Fale sobre seus próprios sentimentos. Exemplo: Eu estou cansada para fazer você dormir,  e eu fico muito brava quando estou cansada. Em vez de: você é um chato, sempre importunando na hora de dormir!

– Às vezes é necessário utilizar a palavra escrita para ser mais efetivo o limite. Exemplo: Este foi usado por uma mãe que trabalha fora. Ela colou na TV. ANTES DE LIGAR ESTE APARELHO, PENSE: JÁ FIZ MINHAS TAREFAS?

5- Exemplos de como dar limites para uma criança que não está se comportando bem em um supermercado, evitando o castigo, do menor ao maior grau de limite:

5-1 Mostrar como a criança pode ser útil ao fazer outra coisa: Você pode me ajudar a escolher os melhores limões? No lugar de: Você vai apanhar quando chegar em casa.

5-2 Expresse sua desaprovação: Não estou gostando, crianças correndo no corredor incomodam as pessoas. No lugar de: Você parece um animal no supermercado. Não vai tomar este sorvete que estou comprando.

5-3 Dê alternativas: Filho! Nada de correr! Você pode escolher entre me ajudar a fazer as compras ou ficar sentado no carrinho. No lugar de: se eu pegar você correndo de novo vou te bater.

5.4 Se ainda assim ele continuar atrapalhando suas compras, recorra à ação (ou retire ele do ambiente e contenha):  Vejo que você escolheu ficar sentado no carrinho, no lugar de bater.

5-5 Deixe seu filho arcar com as consequências dos seus atos: Mãe, posso ir ao supermercado com você? Hoje não. Por que não, mãe? Me diga você, filho. Porque eu corri no supermercado da última vez? Adivinhou! Desculpe mãe. Me dê uma chance. Você a terá, mas hoje vou sozinha.

6- Como devo agir para ajudar o meus filho quando está bravo?

Há muitas formas de ser compreensiva com os sentimentos de seu filho e ajudá-lo para que se sinta melhor. É muito importante ouvi-lo com toda a atenção, pois é muito irritante falar com alguém que só diz que está ouvindo. Muitas vezes a criança precisa de um silêncio compreensivo, necessita ser escutada. Parece fácil, mas esta qualidade é bem rara em muitas pessoas atualmente.

Depois, não faça perguntas ou dê conselhos, deixe a criança falar. A criança tem dificuldade de pensar de forma clara ou construtiva quando alguém fica perguntando, culpando ou dando conselhos.

Ao invés de negar seus sentimentos, dê nome ao que seu filho esta sentindo. Ensine-o a nomear seus próprios sentimentos. Você já notou que quando pedimos, mesmo com delicadeza, que a criança não dê importância a um sentimento desagradável, ela só fica mais chateada? Os pais têm medo de ao nomearem um sentimento ruim, a criança vá piorar, mas é o contrário. Ela fica profundamente confortada quando ouve as palavras do que está vivenciando. Alguém reconheceu seu mundo interno!

Estas são formas de acolher os sentimentos de seu filho e ajudá-los a não ficarem confusos e irritados. Todos os sentimentos das crianças devem ser aceitos, mas certas ações devem ser limitadas.  Exemplo: “Estou vendo que você está com muita raiva de seu irmão. Diga a ele o que você quer com as palavras e não com os punhos”.

A infância é o período de  formação da personalidade. Para uma criança crescer segura, com uma boa auto estima, ela precisa ser amada, desejada, acarinhada e cuidada.  E isto só acontece quando ela tem limites.

“O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: se eu fosse você. A gente ama não é a pessoa que fala bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não escuta que ele termina. Não aprendi isto nos livros. Aprendi prestando atenção”. (Rubem Alves)

Luciana de Brito Souza

Psicóloga especializada em crianças e adolescentes

Psicanalista