Será que estamos criando pequenos cada vez mais impacientes? Entenda quais as consequências disso e o que você pode fazer para ajudá-los a serem menos ansiosos
Sabe aquela clássica cena da família jantando no restaurante enquanto a única criança da mesa está completamente alheia à conversa, hipnotizada por algum desenho no celular? Ou então aquela de uma mãe morrendo de vergonha e colocando qualquer coisa no carrinho, só para o filho parar de espernear no meio do supermercado e ir logo para casa? Pois é, elas acontecem – e muito!
Fazer birra é um comportamento normal das crianças, afinal, faz parte da infância testar os limites. A questão é que, com a tecnologia cada vez mais ao alcance das (pequeninas) mãos, a paciência está virando artigo de luxo. “Vivemos num contexto em que tudo se resolve muito rapidamente com apenas um clique. Os avanços tecnológicos fazem com que as crianças cresçam num mundo em que as coisas acontecem na hora em que elas querem. Não precisam nem esperar o desenho preferido na TV, já que assistem quando têm vontade e na plataforma que preferem”, explica Roberta Bento, especialista em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro pela Universidade da Califórnia e Duke University; e em aprendizagem cooperativa pelas Universidades de Minnesota e de San Diego.
Além da questão tecnológica, a formação das famílias atuais também influencia nessa pressa que os pequenos têm para serem atendidos. Antigamente, tinha-se mais filhos e até nas refeições era preciso esperar a sua vez de ser servido. Hoje, é cada vez mais comum que os casais tenham só uma criança, que sempre tem tudo na hora que quer, “elas vivem num mundo que parece ser totalmente adaptado e pronto para os seus desejos”.
Como ensinar os filhos a esperar
Não adianta, não tem cartilha ou fórmula mágica para criar filhos mais pacientes – esse é um exercício diário, que deve ser trabalhado naquelas pequenas situações do cotidiano. Por exemplo, ao invés de aproveitar enquanto as crianças estão na escola para ir ao supermercado, vá com elas fazer as compras e explique o que vocês estão fazendo. Na sala de espera de um consultório médico, invente alguma brincadeira para passar o tempo, que não envolva um celular. Brinque de procurar letras, de encontrar objetos de determinada cor Aproveite para conversar com seu filho.
E não custa lembrar: o comportamento da criança na rua, na escola, nos restaurantes e em todos os outros ambientes que ela frequenta é apenas um reflexo de como ela vive em casa e, claro, de como os pais se comportam. Portanto, não adianta esperar que seu filho saiba esperar, se em casa ele tem tudo quando deseja e se vê os adultos na maior correria a todo momento. Além disso, é preciso ter consciência de que a paciência precisa ser ensinada. Essa não é mais uma competência que se desenvolve sozinha e não é interessante que os pais pensem que, dado o contexto atual, ela é desnecessária, já que tudo acontece muito rápido. É preciso que eles se empenhem dia a dia.
Por que eles precisam ter paciência?
Uma criança que é ensinada a esperar se torna uma pessoa mais educada, pois ao entender que o mundo não gira ao seu redor, ela cresce menos egocêntrica e vive melhor em sociedade. Ela aprende, por exemplo, que é preciso deixar as pessoas saírem do metrô antes de entrar e que as coisas passam por um processo antes de acontecer – a comida não fica pronta por mágica e não chegamos à praia de uma hora para outra. Tudo leva tempo e é preciso saber lidar com isso.
Criar filhos menos ansiosos também ajuda no aprendizado, já que eles conseguem parar para ouvir e, então, formular argumentos. Os pequenos mais pacientes também conversam melhor, já que conseguem esperar o tempo de fala do outro para poder responder – e estabelecer essa linha de raciocínio demanda muita paciência. Além disso, a criança aprende a considerar o outro e, assim, a respeitar as diferenças.
A importância do tédio
Natação, inglês, judô, futebol, balé. A agenda dos pequenos parece estar cada vez mais cheia de atividades e o tempo livre – aquela famosa horinha de não fazer nada – está ficando raro. Nós percebemos a angústia dos pais em nunca deixar as crianças entediadas, mas a verdade é que elas precisam lidar com isso. Vivenciar o tédio é bom porque ele gera a necessidade da criatividade para fazer alguma coisa interessante, além de possibilitar um descanso ao cérebro. Portanto, chegar a um equilíbrio é fundamental e trabalhar a ansiedade aos poucos dentro de casa é um caminho para criar filhos mais pacientes e preparados para viver bem em sociedade.
fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/ansiedade-infantil-precisamos-ensinar-criancas-esperar-947044.shtml
1- O que gera agressividade em uma criança?
No nosso mundo atual, percebe-se um aumento da falta da função paterna (que pode ser exercida pelo pai, pela mãe ou responsável). E com isso, a falta de limites, ou seja, crianças que os pais deixam fazer tudo, que não recebem um NÃO. O bebê precisa ser colocado no trono pela família, como definiu Freud “Sua majestade o bebê”, mas depois ele precisa ser destronado. O problema atual é que muitas crianças continuam a ser a rainha da casa, definindo o canal da televisão, o que querem comer, a hora que querem dormir, onde irão dormir… A criança precisa do limite para ser humanizada e se sentir cuidada e amada. Outro gerador de agressividade é quando a criança é vítima de maus tratos físicos (palmadas, surras com cinto…), maus tratos psicológicos (rejeição, insulto, ameaça…) e negligência (não cuidar, deixar sozinha em casa…), ou seja, dificuldades emocionais dos pais atrapalhando a educação de seus filhos.
2- O que é limite?
É aquilo que é proibido pelos pais, estabelecido por estes e colocados para os filhos através de diálogo. É importante deixar claro o SIM e o NÃO e sempre cumprir.
3- A agressividade é inata?
Já na maternidade percebemos como as crianças são diferentes. Umas mamam avidamente, choram com o desconforto e outras mamam bem devagar, raramente choram… Winnicott, um pediatra que depois veio a ser psicanalista, fez um longo estudo sobre a importância da agressividade no desenvolvimento infantil. Ela que nos faz reclamar, competir, não desistir. Todos temos instintos agressivos que precisam de limites dados pela educação. Mas são as experiências emocionais vividas no ambiente que deixarão a criança mais ou menos agressiva, para isto, é muito importante o estado emocional dos pais.
3- O que é castigo?
Castigo é uma punição. A punição pode levar a sentimentos de ódio, vingança, desafio, culpa, falta de valor e auto piedade. Muitos autores referem que, ” o castigo não soluciona nada, é uma distração, que em vez de o filho se sentir chateado pelo que fez e refletir sobre como poderia melhorar, ele se preocupa com fantasias de vingança”. Em outras palavras: “ao se castigar uma criança, na verdade a impedimos de um processo interno muito importante de enfrentar o seu próprio mau comportamento”. (Faber, A & Mazlish, E. Como Falar Para o Seu Filho Ouvir e como Ouvir Para o Seu Filho Falar, p. 113)
4- Como dar limites sem dar castigo?
É mesmo muito difícil colocar limites em uma criança. Para que a criança compreenda o limite e ele seja efetivo:
– Descreva o problema ao invés de culpar ou mandar. Exemplo: Filho, a água da pia está quase transbordando! Ao invés de: Você é um irresponsável, sempre se esquece de fechar a torneira!
-Dê uma informação ao invés de acusar ou insultar. Exemplo: Filho! O leite azeda se ficar fora da geladeira. Em vez de: quem bebeu o leite e não guardou na geladeira? É muito mais fácil aceitar um limite dado em forma de informação do que de acusação.
-Fale com poucas palavras. Exemplo: Crianças! Pijama! Ao invés de: estou sempre pedindo e pedindo que vocês coloquem os pijamas e tudo o que vocês fizeram até agora foi continuar a fazer palhaçadas. Vocês prometeram que antes de ver TV vocês vestiriam os pijamas. Só que eu não estou vendo nenhum sinal daquilo que foi prometido.
– Fale sobre seus próprios sentimentos. Exemplo: Eu estou cansada para fazer você dormir, e eu fico muito brava quando estou cansada. Em vez de: você é um chato, sempre importunando na hora de dormir!
– Às vezes é necessário utilizar a palavra escrita para ser mais efetivo o limite. Exemplo: Este foi usado por uma mãe que trabalha fora. Ela colou na TV. ANTES DE LIGAR ESTE APARELHO, PENSE: JÁ FIZ MINHAS TAREFAS?
5- Exemplos de como dar limites para uma criança que não está se comportando bem em um supermercado, evitando o castigo, do menor ao maior grau de limite:
5-1 Mostrar como a criança pode ser útil ao fazer outra coisa: Você pode me ajudar a escolher os melhores limões? No lugar de: Você vai apanhar quando chegar em casa.
5-2 Expresse sua desaprovação: Não estou gostando, crianças correndo no corredor incomodam as pessoas. No lugar de: Você parece um animal no supermercado. Não vai tomar este sorvete que estou comprando.
5-3 Dê alternativas: Filho! Nada de correr! Você pode escolher entre me ajudar a fazer as compras ou ficar sentado no carrinho. No lugar de: se eu pegar você correndo de novo vou te bater.
5.4 Se ainda assim ele continuar atrapalhando suas compras, recorra à ação (ou retire ele do ambiente e contenha): Vejo que você escolheu ficar sentado no carrinho, no lugar de bater.
5-5 Deixe seu filho arcar com as consequências dos seus atos: Mãe, posso ir ao supermercado com você? Hoje não. Por que não, mãe? Me diga você, filho. Porque eu corri no supermercado da última vez? Adivinhou! Desculpe mãe. Me dê uma chance. Você a terá, mas hoje vou sozinha.
6- Como devo agir para ajudar o meus filho quando está bravo?
Há muitas formas de ser compreensiva com os sentimentos de seu filho e ajudá-lo para que se sinta melhor. É muito importante ouvi-lo com toda a atenção, pois é muito irritante falar com alguém que só diz que está ouvindo. Muitas vezes a criança precisa de um silêncio compreensivo, necessita ser escutada. Parece fácil, mas esta qualidade é bem rara em muitas pessoas atualmente.
Depois, não faça perguntas ou dê conselhos, deixe a criança falar. A criança tem dificuldade de pensar de forma clara ou construtiva quando alguém fica perguntando, culpando ou dando conselhos.
Ao invés de negar seus sentimentos, dê nome ao que seu filho esta sentindo. Ensine-o a nomear seus próprios sentimentos. Você já notou que quando pedimos, mesmo com delicadeza, que a criança não dê importância a um sentimento desagradável, ela só fica mais chateada? Os pais têm medo de ao nomearem um sentimento ruim, a criança vá piorar, mas é o contrário. Ela fica profundamente confortada quando ouve as palavras do que está vivenciando. Alguém reconheceu seu mundo interno!
Estas são formas de acolher os sentimentos de seu filho e ajudá-los a não ficarem confusos e irritados. Todos os sentimentos das crianças devem ser aceitos, mas certas ações devem ser limitadas. Exemplo: “Estou vendo que você está com muita raiva de seu irmão. Diga a ele o que você quer com as palavras e não com os punhos”.
A infância é o período de formação da personalidade. Para uma criança crescer segura, com uma boa auto estima, ela precisa ser amada, desejada, acarinhada e cuidada. E isto só acontece quando ela tem limites.
“O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: se eu fosse você. A gente ama não é a pessoa que fala bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não escuta que ele termina. Não aprendi isto nos livros. Aprendi prestando atenção”. (Rubem Alves)
Psicóloga especializada em crianças e adolescentes
Psicanalista
Todos nós temos ouvido falar dos “terríveis dois anos”. Muitos pais com bebês pequenos se perguntam como irão agir quando seu bebê chegar ao segundo aniversário, e principalmente depois, quando chegar ao, infelizmente difamado, “terríveis dois”. Mas a boa notícia é que os pequenos dessa faixa etária estão trabalhando para alcançar alguns marcos importantes no seu desenvolvimento. Se pudermos compreendê-los e facilitar para eles, poderemos ajudar a estabelecer as bases para uma infância feliz e para adultos autoconfiantes.
O QUE SEU FILHO ESTÁ DESENVOLVENDO
Acredite ou não, uma das habilidades mais importantes em que uma criança de dois anos está trabalhando é a capacidade de dizer “não”! Até este momento, ela tinha sido quase totalmente dependente de sua mãe, ou de outros adultos que cuidavam dela. Então, de repente, ela descobriu que é separada da mãe. Ela percebe que pode realmente afirmar-se e ter uma vontade própria, e seu cronograma de desenvolvimento a empurra incansavelmente nessa direção.
Por isso, é muito importante para a criança que está dominando esta lição ter permissão para dizer “não”. Saber que ela pode dizer “não” se um estranho quiser fazer algo para ela que não a faz se sentir bem, é capacitar e protegê-la de um possível abuso sexual. Isso também irá ajudá-la a se tornar uma pessoa assertiva positivamente quando adulta.
Porém, muitas vezes a criança tem um monte de sentimentos confusos sobre sua nova capacidade de se afirmar. Parte dela quer se tornar independente e tomar suas próprias decisões, enquanto outra parte ainda quer ser dependente da mamãe e não quer desagradá-la de maneira nenhuma.
Se entendermos que as crianças pequenas são basicamente pequenos seres sociais que querem agradar seus pais, adquirimos uma boa base a partir da qual começar. Os problemas surgem quando há um choque entre o que agrada aos pais, e as tarefas de desenvolvimento nas quais a criança está trabalhando. Então ajuda muito entender como o cérebro da criança está funcionando neste momento, pois assim podemos ter uma ideia do quanto ela pode entender do que dizemos ou fazemos.
COMO O CÉREBRO DO SEU FILHO FUNCIONA
Com os bebês, o mais importante é atender suas necessidades básicas – como ser carregado, embalado, alimentado e amado, e o brincar de uma forma física. Isso ocorre porque as partes do cérebro do “sentimento” e do “pensar” ainda não estão totalmente desenvolvidas. No momento em que a criança tem dois anos de idade, a parte do cérebro do sentimento (o cérebro médio) já está mais desenvolvida, e a criança é literalmente inundada de sentimentos e emoções – de fato, durante este período, ela “é” seus sentimentos.
Crianças pequenas são diferentes de crianças mais velhas e de adultos. Nos adultos, a parte superior do nosso cérebro está totalmente desenvolvida, de modo que podemos “pensar” sobre nossos sentimentos e, se necessário, colocá-los de lado e expressá-los mais tarde. Aos dois anos de idade, a criança não pode fazer isso ainda – tudo o que elas podem fazer é expressar os sentimentos como eles ocorrem. Quando estão felizes, elas vão rir espontaneamente, quando estão tristes elas vão chorar, e quando elas estão frustradas ou chateadas, irão ter ataques de fúria. Estes comportamentos são todos saudáveis para crianças, incluindo, acredite ou não, as birras.
A primeira indicação que os pais podem obter de que a criança chegou a esta fase, é quando ela diz “não” a quase tudo, e fica chateada se você diz “não” a qualquer coisa! Se seus ‘nãos’ não são permitidos, ou se ela recebe um monte de ‘nãos’ de você, ela pode começar a chorar. Essa situação pode facilmente transformar-se em uma batalha entre pai e filho, e pode acabar em um acesso de raiva explosivo. Isso pode levar os pais ao limite se eles não compreenderem o que está acontecendo. Eles podem não querer ser excessivamente rigorosos, mas temem estar sendo permissivos e acabarem criando uma criança irresponsável.
O que temos de ser capazes de fazer é limitar o “comportamento” quando necessário, mas sempre permitir e aceitar os “sentimentos”.
ENTENDENDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO
Porque seu filho necessita dessa permissão para dizer “não” e de ter seus sentimentos aceitos, é importante deixar que isso ocorra tão frequentemente quanto possível – em outras palavras, escolha suas batalhas, e guarde os “nãos” apenas para questões muito importantes. Além disso, existem muitas áreas da vida em que somos mais experientes e mais sábios, e temos que dizer não por razões práticas ou de segurança. Nesses momentos, ajuda a entender o que acontecerá em seguida: provavelmente ele vai ficar aborrecido e começar a chorar. Isso é um comportamento normal para uma criança diante de uma grande decepção. Ele não cresceu o suficiente para entender porque ele não pode correr para a estrada, ou comer o pacote de doces no supermercado, ou brincar com objetos perigosos. Ele só sente como é receber um “não” por algo que realmente quer fazer.
Como o cérebro “pensante” do seu filho ainda não está desenvolvido, não adianta dialogar com ele neste momento. Na verdade, ele provavelmente irá ficar frenético se você tentar, porque ele não vai se sentir ouvido ou compreendido. Quando temos que dizer “não”, e cumpri-lo, o que a criança mais precisa é que nós possamos ajudá-la a processar seus sentimentos de decepção e frustração, que inevitavelmente resultarão. Isso pode se transformar em uma experiência de crescimento para o pai e para a criança.
A primeira coisa que precisamos nessa situação é ter empatia. Se pudermos pensar em como nos sentiríamos se quiséssemos muito fazer algo mas alguém nos disse ‘não’, então estamos no nível dela e podemos ajudá-la com seus sentimentos. Se a criança chora ou faz uma birra, nos ajuda entender que esta é a válvula de segurança que seu corpo possui para descarregar seus sentimentos de frustração, e que é importante deixá-la fazer isso. Mais tarde, quando seu cérebro estiver mais desenvolvido, ela será capaz de controlar seus sentimentos e escolher quando e como expressá-los. Mas ela não pode fazer isso ainda. Sendo assim, a criança pode acabar dividida entre a necessidade de seu corpo descarregar os sentimentos frustrados e seu medo de fazer a mamãe ficar com raiva se ela expressá-los. Ela também pode sentir-se sobrecarregada pela força de seus próprios sentimentos, e precisar de alguma contenção para ajudá-la a se sentir segura.
O QUE FAZER DURANTE UM ATAQUE DE BIRRA
Existem algumas regras básicas que podemos utilizar para ajudar e apoiar uma criança chorando ou fazendo birra. Precisamos permitir que a criança expresse dor, raivas e outros sentimentos, e não temos que reprimi-los (o que pode levar a tensão do corpo e doenças relacionadas ao estresse mais tarde). Mas ela também precisa aprender que não pode machucar outras pessoas no processo. Não devemos permitir que uma criança, num ataque de birra, puxe nosso cabelo, nos morda, bata ou chute. Às vezes, a criança precisa ser fisicamente contida, mas ao mesmo tempo ela precisa ter liberdade de movimento. Portanto, se precisamos segurar a criança, é melhor segurá-la com firmeza ao redor do tronco, com as costas contra o nosso corpo, para que ela possa se agitar e chorar, mas não nos ferir. Se a criança estiver no chão, tudo o que precisamos fazer é ter certeza de que não existem superfícies duras ou outros objetos que possam feri-la nas proximidades.
Quando estabelecemos limites de maneira firme e saudável, as crianças aprendem que estão seguras. Quando nós respeitamos seus limites e somos compassivos para com os seus sentimentos, elas crescem aprendendo a ter respeito e compaixão pelos outros.
Porque ela está totalmente dominada por seu conflito interior, a primeira coisa que uma criança frustrada precisa, é a liberdade de chorar ou expressar quaisquer emoções que ela esteja sentindo. Até que isso aconteça, ela não será capaz de ouvir qualquer coisa que possamos querer comunicar a ela. Nós podemos ajudar, ficando nas proximidades ou, ocasionalmente, dizendo suavemente palavras simples como “está tudo bem, está tudo bem”, “já vai passar” para tranquiliza-la. Tudo o que ela precisa de nós é a presença amorosa.
Quando o choro começar a diminuir, ela provavelmente terá alcançado algum nível de resolução. Então, podemos validar seus sentimentos para que ela saiba que nós entendemos como ela se sente, que na verdade é o que ela está desesperadamente tentando fazer. Podemos dizer algo como: “Sei que você está se sentindo chateada. Você queria o pacote de doces, e mamãe disse ‘não’ “. É melhor não tentar dar uma explicação sobre “porquês” neste momento, uma vez que só confunde a criança. Seu cérebro não está preparado para raciocinar ainda. Isso virá mais tarde. É suficiente simplesmente afirmar (às vezes mais de uma vez) o que aconteceu. O importante é o fato de que nós a entendemos de uma forma simpática e a sensação que isto traz à criança.
Muitas vezes, a criança ficará muito aliviada que você compreende o que ela está sentindo. Depois que ela deu um grito alto e colocou todos os “maus” sentimentos para fora, ela pode querer vir te abraçar ou pedir colo pra se sentir segura. Ela vai chorar apenas o quanto seu corpo precisa e, em seguida, ela vai parar. Às vezes o tamanho da birra também parece estar totalmente fora de proporção com o que acaba de acontecer. Isso pode ser porque ela teve um dia frustrante, foi agredida por outra criança, está cansada, ou um número de fatores que podem causar acúmulo de tensão. Nem sempre é necessário que você entenda o que estes motivos são para que possa ajudá-la a resolvê-los. É suficiente dar a ela um espaço seguro para demonstrar seus sentimentos, e para que ela saiba que você reconhece como está se sentindo, e que está do seu lado.
COMO AS CRIANÇAS APRENDEM
Nessa idade, as crianças estão aprendendo com cada experiência que passam. Precisamos ter certeza de que o que eles estão aprendendo é o que queremos ensiná-los! Isto é onde a questão da consistência VS negociação aparece. Às vezes, uma criança vai continuar pedindo e implorando por algo, mesmo quando a mãe disse que “não” de maneira firme e suave várias vezes. Finalmente, a criança poderá começar a gritar e ter um acesso de birra. Se a mãe estiver cansada ou ocupada, para instaurar a paz, ela pode acabar cedendo por desespero no último momento. Mas como consequência ela poderá se sentir ressentida e manipulada, e a criança ficará confusa.
O que nós queremos que ela aprenda é que “Na vida temos algumas decepções, e que eu não posso ter sempre tudo o que eu quero. Mas quando eu estou chateada, minha mãe sabe como eu me sinto e me ajuda a lidar com a minha frustração. Mamãe me ama mesmo quando eu estou com raiva ou triste, e ela está do meu lado.” Saber que somos amados e aceitos em todos os momentos nos faz sentir seguros e protegidos no mundo.
RESUMINDO
Podemos ajudar as crianças a aprenderem que podem dizer “não”. Esta é uma boa maneira de prepará-los para serem assertivos como adultos, e serem vencedores na vida.
Podemos ajudar as crianças a aprenderem que a vida às vezes pode ser frustrante e nem sempre podemos ter o que queremos, mas podemos ter a expectativa de que nossos sentimentos serão ouvidos e respeitados. Isso estabelece a base para um bom relacionamento com outras pessoas.
Nós podemos ajudar as crianças a aprender que é certo expressar seus sentimentos (mesmo os chamados negativos) em vez de reprimi-los como tensão. Podemos ensinar-lhes isto, permitindo-lhes expressar a sua mágoa e sentimentos de raiva em um lugar seguro, enquanto recebe nosso amor e apoio.
Escrito por Pat Törngren © 2012
http://www.parenting-with-love.com/toddlers-and-tantrums/
Tradução: Cecilia Kotzias
O uso de chupetas é aceitável em bebês e crianças de tenra idade. Portanto, este hábito nos primeiros anos de vida não é considerado ruim. Geralmente está associado à necessidade de satisfação afetiva e de segurança, que pode ser atendida com a prática do aleitamento materno. Existem, inclusive, evidências científicas de que crianças amamentadas no peito por pelo menos seis meses estão menos propensas a desenvolverem hábitos de sucção não nutritiva, incluindo-se a sucção de chupetas que é o mais prevalente. No entanto, nos casos em que a amamentação natural não pode ser realizada e mesmo com a oferta do aleitamento materno, as necessidades de sucção da criança não estejam satisfeitas, o uso do bico é recomendado.
Até que idade a criança pode fazer uso da chupeta?
A Associação Brasileira de Odontopediatria e o Ministério da Saúde recomendam que a idade de 3 anos seja a época limite para a eliminação do uso de chupeta na vida da criança. Entretanto reconhecem que o ideal seria remover gradualmente este hábito até a idade de 2 anos, pois existe a chance de auto-correção de possíveis desarmonias nas arcadas dentárias, em consequências do mesmo.
O que o uso prolongado pode causar?
O hábito de sucção de chupeta, quando prolongado além do limite recomendado, pode promover força nos dentes e nas estruturas que os envolvem. A deformidade será maior ou menor dependendo da frequência (quantas vezes e quanto tempo a criança suga por dia), intensidade (força usada para sugar) e duração do hábito (quantos meses ou anos de sucção). Com isso, podem ser observadas alterações de mordida, como por exemplo, a mordida aberta e ou mordida cruzada posterior.
Quais as condutas para minimizar a instalação de alterações nas arcadas dentárias?
Na faixa etária considerada aceitável para o uso da chupeta, recomenda-se que ela não seja disponibilizada o tempo todo. Há situações, inclusive, em que vemos a chupeta pendurada no pescocinho da criança, tornando mais fácil seu acesso em qualquer momento, o que está contra-indicado. É importante que os pais e responsáveis fiquem atentos à demanda da criança, sem se antecipar a ela, ou seja, não ofertá-la a menos que a criança solicite, nos momentos de sono ou de tensão emocional, exatamente para atender as necessidades de consolo, aconchego e acalanto. Tão logo esta necessidade seja satisfeita, a chupeta deve ser removida. Se a criança estiver dormindo, retirar de sua boca, se ela não apresentar resistência. Se estiver acordada, passado o choro, distrair a criança e guardar a chupeta, tirando-a do seu campo de visão.
A Associação Brasileira de Odontopediatria, em sintonia com o Ministério da Saúde reconhece que uma forma importante de prevenção do uso prolongado da chupeta é o incentivo ao aleitamento materno feito com exclusividade nos seis primeiros meses de vida. Se a criança expressar que este aleitamento não foi suficiente para satisfazer suas necessidades de sucção, a chupeta então deverá ser utilizada racionalmente, não sendo oferecida a qualquer sinal de desconforto, como relatado acima. A chupeta deve ser utilizada como complementar à sucção, na fase em que o bebê necessita deste exercício funcional.
Como eliminar este hábito?
O importante a ser ressaltado é que o uso de medidas não traumáticas para a remoção do hábito de sucção não nutritiva é fundamental, uma vez que envolve questões emocionais. Isto exige a avaliação da melhor maneira e o melhor momento para a remoção do hábito. Para tanto, a Associação Brasileira de Odontopediatria enfatiza a importância de que a consulta ao Odontopediatra se dê o mais cedo possível, ou seja, no primeiro ano de vida. Isto porque, dentre tantas vantagens, favorece o recebimento pelos pais, de orientações para ajudá-los a interromper os hábitos de sucção não nutritiva de seus filhos até no máximo aos 36 meses de idade.
Como escolher o tipo de chupeta?
Ao comprar uma chupeta, é importante que os responsáveis verificarem as orientações nas embalagens, uma vez que existe a especificação do tamanho para cada faixa etária. O formato de chupeta recomendado é o ortodôntico e o material ideal é o silicone, pois o látex favorece maior retenção de bactérias.
Como fazer a higienização das chupetas?
As chupetas devem ser higienizadas diariamente. No entanto, a maneira como isso deve ser feito varia segundo o material utilizado para a confecção do acessório. Portanto, os responsáveis devem verificar na embalagem as orientações a serem seguidas para esta higienização. Outro ponto importante é que, de um modo geral, a troca da chupeta deve ser efetuada assim que sejam observados sinais de que o bico da chupeta está danificado.
Consulte seu dentista regularmente. A Dra. Laura G. Bonato Chiamulera é Odontopediatra e Ortodontista na Clínica Clipi.
Fonte: http://abodontopediatria.org.br
Quando a criança é amamentada, ela não está só sendo alimentada, mas também, está fazendo um exercício físico importante para o desenvolvimento e crescimento facial. A amamentação trás benefícios para a respiração, deglutição, mastigação, fala e para o bom desenvolvimento da dentição da criança.
O bebê, quando está mamando no seio, realiza movimentos que exercitam a respiração e a musculatura facial. A sucção do leite e a deglutição fortalecem os músculos faciais e direcionam a formação dos ossos do rosto. Amamentar ajuda no fortalecimento e tonificação da língua, bochechas e lábios.
A amamentação, quando feita no seio materno, é a primeira ginástica facial que faz com que os ossos do rosto possam ser estimulados corretamente. Esse exercício é o responsável inicial pelo crescimento harmonioso da face e da dentição. Usando mamadeira, esse exercício é quase inexistente e a preferência do bebê pela mamadeira vem da facilidade com a qual ele recebe o leite, principalmente quando este flui por um grande furo no bico da mamadeira.
Benefícios da amamentação:
Desenvolve o sistema imunológico do bebê
O leite materno protege o organismo do bebê contra infecções, como as otites e as infecções intestinais, evitando assim as diarréias.
Ajuda no desenvolvimento da fala
A posição da boca nos mamilos estimula os pontos articulados, responsáveis pela produção dos fonemas (sons).
Estimula o crescimento e desenvolvimento adequado da musculatura oral
A musculatura oral adequada resultará em um bom desenvolvimento da respiração, deglutição, mastigação e fala.
Fortalece o vínculo mãe e bebê
O contato com a mãe, pelo aleitamento materno, faz com que o bebê se sinta mais seguro e tranquilo, evitando o choro e a ansiedade.
Diminui o risco de alergia
Crianças alimentadas no peito da mãe têm menos risco de terem asma. Crianças que, desde cedo tomam o leite de vaca, aumentam a probabilidade de se tornarem alérgicas, pois as proteínas desse leite estão associadas à dermatite, rinite, sinusite e amigdalite.
É o alimento mais completo para o bebê
A mãe não precisa se preocupar em complementar a alimentação. Nem ao menos se preocupar em oferecer água. A amamentação feita no peito faz com que o bebê receba toda a nutrição que ele precisa para obter um crescimento saudável.
Evita doenças futuras
Um bebê amamentado no peito pode evitar, durante sua vida, algumas doenças como a obesidade, o diabetes e a hipertensão.
Dificilmente o bebê terá anemia
A concentração de ferro no leite materno é bem maior que a encontrada em qualquer outro tipo de leite.
Evita cólicas
O leite materno tem proteínas que são facilmente digeridas pelo organismo do bebê. Isso não acontece com o leite de vaca, que tem proteínas de difícil digestão.
Amamentar diminui risco de câncer de mama
As mulheres que amamentam seus filhos, por mais de seis meses, têm menos chances de desenvolver câncer de mama.
A relação entre o aleitamento materno e o desenvolvimento facial
É importante lembrar que a amamentação é o primeiro exercício da musculatura facial (lábios, língua e bochechas) do recém-nascido, porque o trabalho muscular tem grande importância para o estímulo do crescimento harmônico da face.
A amamentação estimula o desenvolvimento dos maxilares, já que o bebê é obrigado a:
Manter os lábios firmes ao seio materno para evitar o vazamento do leite, promovendo o fortalecimento da musculatura labial, que é responsável pelo correto fechamento do lábio.
Usar a língua para deglutir, estimulando o crescimento transversal (largura) do maxilar superior e a maturação da musculatura lingual (evitando problemas na fala e deglutição).
Levar a mandíbula (arcada inferior) para frente e para trás, repetidamente, para “ordenhar” o seio materno, estimulando o crescimento do maxilar inferior para frente.
E ainda precisa respirar pelo nariz, ao mesmo tempo. Isso estimula o desenvolvimento da região nasal, garantindo uma passagem mais ampla para o ar, evitando, com isso, amigdalite e pneumonia, entre outras doenças respiratórias.
Um bom desenvolvimento das vias respiratórias afasta a chance da criança se tornar uma respiradora bucal. Quando a criança respira pela boca, os dentes ficam ressecados e mais expostos à cárie, as gengivas ficam inflamadas, os maxilares tendem a sofrer deformações, os dentes podem ficar tortos, aumentando ainda mais o risco de cárie.
O aleitamento materno previne a cárie
A desnutrição crônica tem sido apontada como causa de maior risco de cáries. Por ser o alimento que oferece a nutrição ideal, o leite materno é indicado para o bebê, especialmente nos primeiros 6 meses de vida, como alimentação exclusiva.
Crianças amamentadas no seio da mãe têm menos chances de desenvolver:
– atresia da maxila (arcada superior estreita)
– mordida aberta (dentes anteriores não se tocam)
– retrusão mandibular (queixo pequeno)
– apinhamento dental (falta de espaço para os dentes)
Bebês são mais tranquilos no seio da mãe
A criança fica mais tranqüila quando está no seio da mãe, sem ter que compensar a ansiedade com o bico artificial, bico este que, se utilizado inadequadamente, pode causar os problemas citados acima.
A amamentação no seio prepara o bebê para a mastigação
O bebê, que é aleitado no peito, além de satisfazer suas necessidades nutritivas e afetivas, também recebe um “treinamento” para o segundo reflexo da alimentação, que é a mastigação. Depois que terminar o período de amamentação, o início da mastigação correta continuará a tarefa de exercitar ossos e músculos.
A criança que faz uso de mamadeira costuma tomar-se sua companheira ao longo de anos, habituando-se a uma dieta mole e adocicada, que aumenta o risco de cáries (cárie de mamadeira) e, além disso, tende a recusar alimentos que requeiram mastigação.
Fonte: http://www.gvinculo.com.br/2014/02/vantagens-da-amamentacao-para-o.html
O câncer afetava mais de 11 mil crianças e adolescentes em 2015 no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer. Apesar de a doença ser muito temida e relacionada à morte, dados do INCA estimam quem em torno de 70% das crianças com câncer podem ser curadas, desde que diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. Passar pela difícil fase do tratamento, contudo, é algo que exige muito esforço e dedicação, tanto da família quanto da criança. Psicólogos e psiquiatras explicam como lidar com os principais desafios desse período com as orientações que você confere a seguir.
Como contar e explicar o câncer?
A severidade de um câncer e as sequelas decorrentes ao tratamento marcam a história da criança de maneira única. Mais cedo ou mais tarde, portanto, ela precisará saber o que está acontecendo, mas o momento ideal e a forma de abordagem dependem da idade e da personalidade de cada criança. A decisão de como e quando contar deve ser resolvida em conjunto: médico, família e psicólogo.
É aconselhável não deixar de responder sempre as perguntas que a criança fizer, pois o silêncio traz mais insegurança. A forma de contar pode ser diferente, mas é preciso sempre conversar e dizer a verdade, de modo que ela se sinta mais tranquila. Ela precisa compreender o que está vivendo e a importância de seu tratamento, até para que ela colabore mais com esse período.
Reação dos pais na frente da criança
A criança se espelha nos pais e se sente segura com eles. Por isso, a reação deles irá influenciar também a reação do filho diante do câncer. Chorar e ficar triste faz parte e não é preciso esconder isso da criança, mas é necessário estabelecer um limite para não viver todos os dias com aborrecimento. É muito importante que os pais procurem ter uma postura mais positiva, confiando de verdade no médico e no tratamento que o filho irá receber.
Pais que ficam ansiosos demais acabam deixando a criança angustiada – e isso pode até prejudicar a condição de saúde dela.
Reação de coleguinhas na escola
A ausência da criança por longos dias na escola e as mudanças físicas, sobretudo a queda de cabelo por conta da quimioterapia, podem gerar estranhamento dos colegas de classe. Por isso, pais e escola podem trabalhar juntos para preparar as crianças. O ideal é usar materiais apropriados para a idade desses alunos, explicando o que é câncer e como ele é tratado, sempre com uma linguagem bem acessível e lúdica.
Limitações da criança por causa do tratamento
Dependendo do tipo de tratamento contra o câncer, a criança ficará mais debilitada, sentindo cansaço e com outros efeitos colaterais. Diante disso, muitos pais tendem a superproteger o filho ou vê-lo como vítima. Essa atitude, porém, não é a mais saudável. Os pais devem acolher a criança com amor e ao mesmo tempo dar o espaço certo para que ela possa também se desenvolver e criar forças para conseguir vencer os desafios sem ser tão dependente. Um psicólogo pode orientar melhor os pais nessa tarefa.
Medo e tristeza da criança
O câncer pode dificultar a vida da criança de várias formas: mudando as atividades do dia a dia, dando limitações físicas e prejudicando a autoestima. Tantas mudanças negativas podem causar distúrbios de comportamento, isolamento social, sintomas de depressão, transtornos de humor, entre outros.
Para combater esses problemas, a criança precisa ter sempre tempo e incentivo para brincar e se divertir. Tentar fazer, no hospital, com que a criança sinta-se em um local agradável, com brincadeiras, contação de histórias e até escola para que ela não perca o aprendizado. Além disso, o acompanhamento de psiquiatras e psicólogos especialistas em Psico-oncologia é fundamental.
Hospitalizações por longos períodos
Algumas crianças precisam ficar dias e até meses internadas no hospital, dependendo do tipo de câncer. Procurar tornar esse ambiente mais agradável faz toda a diferença. Incentivar visitas frequentes de amigos e familiares é um dos principais pontos. Além disso, os pais podem levar brinquedos e outros objetos de casa para a criança se sentir mais confortável.
Mudança na rotina da família
Muitas vezes, um dos pais precisa até sair do emprego e mudar de cidade para conseguir acompanhar o tratamento do filho. Essa pessoa acaba ficando sem ver os outros filhos e familiares por muito tempo. Todos sofrem com essa desestrutura, mas é importante lutar para que o vínculo entre a família não se perca.
As especialistas orientam que os pais procurem manter a relação como casal durante o período de tratamento, lembrando sempre que eles têm um ao outro como apoio nessa fase. Os outros filhos também precisam ter atenção e carinho, principalmente se são crianças novas. Toda a família precisa permanecer firme e unida para que a criança em tratamento sinta-se mais acolhida e tenha melhor recuperação.
Fonte: http://www.magscan.com.br/blogmagscan/2016/02/15/dia-internacional-de-combater-ao-cancer-infantil/
A Sociedade Brasileira de Pediatria e o Instituto Datafolha ouviram 1.525 crianças brasileiras de 4 a 10 anos, de todas as classes econômicas, em 131 municípios. O trabalho foi realizado com base no instrumento de avaliação de qualidade de vida AUQEI e o desenho amostral elaborado com base no Censo de 2010 (IBGE). A pesquisa sobre estados emocionais foi quantitativa, com abordagem domiciliar. Teve como objetivo conhecer mais profundamente os desejos e necessidades dos pacientes pediátricos, para que seu médico possa, cada vez melhor, orientar as famílias nas consultas.
As crianças responderam uma questão aberta: “O que você mais gosta de fazer quando não está na escola?”. Além disso, foram propostas 26 situações, para que utilizando uma escala visual de cinco pontos (cartão “de carinhas”), manifestassem seu estado de alegria ou tristeza frente a cada uma. A criança respondeu na presença do responsável, após sua autorização.
O que sentem? Do que gostam?
O que deixa a criança “muito alegre” e “alegre” é o dia do seu aniversário (96% das respostas), praticar esporte (94%), brincar com os amigos (92%), as férias escolares (91%), assistir TV (90%). A situação na qual se sente “muito triste” e “triste” (71%) é ficar longe da família.
Mas independente da natureza, os primeiros lugares ficaram com jogar bola (33%), brincar de boneca/boneco (28%) e assistir TV (26%). Andar de bicicleta veio a seguir, com 19%. O pega-pega ficou 17%. Empataram, com 14 % das preferências, o esconde-esconde, brincar de carrinho e video game. Na sequência, estão brincar de casinha (10%) e no computador (9%). Apareceram também soltar pipa e desenhar/pintar (6%), pular corda (5%), brincar de corrida, com brinquedos (sem especificar qual), animal de estimação e estudar (4%).
Dicas da SBP para as famílias
O principal é o carinho.
O que faz a criança feliz não é o brinquedo, é brincar, é conviver com a família e amigos. Os pequenos não são consumistas.
O núcleo familiar proporciona sensações alegres e prazerosas
Fica clara a grande importância dada pelas crianças ao convívio – tão decisivo para o seu desenvolvimento emocional e cognitivo -, não apenas com a família nuclear, mas também a “estendida”.
87% dos entrevistados se definem como “alegres” ou muito alegres” quando estão com os avós, na mesa com a família e quando pensam na mãe.
83% se dizem também “alegres” ou “muito alegres” quando brincam com os irmãos e 78% quando pensam nos pais.
Criança gosta de estar com criança. Até por isso fica tão feliz no aniversário.
47% dos entrevistados informaram que ficam “tristes” ou “muito tristes” quando brincam sozinhos. A convivência deve ser incentivada.
As brincadeiras tradicionais trazem mais alegria.
Apesar da forte presença da TV e dos eletrônicos em geral (o computador é importante principalmente entre os mais velhos), não apenas ainda existe o Brasil das brincadeiras tradicionais, como essas ainda trazem mais alegria do que as propostas mais atuais de diversão/lazer. É importante incentivá-las.
Brincadeiras de rua, apesar das limitações impostas pela violência urbana, e mesmo que não praticadas, estão em primeiro lugar no desejo das crianças.
TV, computador e falta de outras opções.
Em geral, a criança se volta para o brinquedo eletrônico quando está sozinha. Mas se for oferecida uma alternativa, prefere.
Os eletrônicos entram na vida da criança muito cedo e ganham espaço excessivo quando faltam alternativas. Os pequenos acabam se acostumando, adquirindo o hábito.
É preciso oferecer outras experiências, criar mecanismos para que possam fazer atividades apropriadas à faixa etária.
É muito importante que as crianças, desde pequenas, sejam incentivadas à pratica esportiva e demais bons hábitos.
Atividades individuais são um pouco mais comuns (85%) que as sociais (74%) – mas essas devem também ser incentivadas, pois criam sentido de sociedade, compartilhamento, ganhar e perder, respeitar, características importantes, que surgem para as pessoas no seu crescimento e desenvolvimento através das brincadeiras.
As crianças brasileiras têm uma imagem de si mesmas atual e futura muito boa e com confiança.
A maioria fica alegre quando vê uma fotografia sua (86% alegria) e quando se imagina adulta (87%).
O futuro é bem-vindo.
87% dos entrevistados ficam “alegres” ou “muito” quando pensam em si mesmos como pessoas grandes. A situação foi proposta para os que têm entre seis e 10 anos.
Fonte: http://www.conversandocomopediatra.com.br/paginas/campanhas/crianca_feliz.aspx
Sabemos que o mundo em que vivemos, está cada vez mais exigente. Essas exigências acabam nos dominando a ponto de direcionar nosso foco mais no trabalho e no ganho do dinheiro do que nas verdadeiras chaves da felicidade familiar. Achamos que o não faltar nada em casa para comer, vestir e os aparelhos eletrônicos é o suficiente, quando na verdade deixamos faltar o mais importante em nossa família, como o prazer de estar junto. A mesa é um local que favorece essa união porque as pessoas precisam ficam sentadas, se olham no olho e o diálogo acontece.
Os benefícios dessa atividade simples jamais poderão ser comprados, mas podem ser vividos. Para os pequenos que ainda estão aprendendo a comer, precisamos colocar os alimentos na mesa, fazer com que eles sintam o gosto e percebam o que estão comendo. Além disso, observar o que os pais estão comendo estimula a curiosidade da criança. Os pais são o grande exemplo em relação à alimentação. Não adianta você querer que seu filho coma cenoura se ele nunca viu você fazendo isso. A mesma coisa vale para os alimentos que você não quer apresentar ao seu filho: se a ideia é adiar a ingestão de refrigerantes, por exemplo, evite tomar aquela latinha na frente das crianças – elas com certeza vão pedir para experimentar!
Embora muitas vezes a rotina não permita que vocês se reúnam todos dos dias, considere uma das três refeições: café da manhã, almoço ou jantar, nos sábados ou nos domingos, o importante é vocês se sentarem à mesa juntos.
Uma dica importante:
Nesse momento, sentados à mesa, não é momento de cobrar um do outro, da esposa, do marido, e nem dos filhos as notas escolares. Podem contar coisas engraçadas que aconteceram no dia a dia, saber como foi o dia, quais as novidades na escola, enfim … amenidades. O principal é a interação e que os pais mostrem interesse pela vida dos filhos!
Normalmente as famílias ficam orgulhosas ao dizer que seu filho, mesmo tão novinho já faz xixi ou cocô no “peniquinho”. No entanto, o controle das excreções, como qualquer outro reflexo, tem seu tempo e hora para amadurecer na criança. Portanto, é muito importante, saber como agir com seu filho na época de deixar as fraldas. Porém, procure ficar ciente de que mesmo que tudo dê certo, um xixi na cama ou outro fazem parte da infância.
O sucesso desse processo depende muito da relação de confiança e afeto estabelecida entre a criança e seu adulto cuidador! Confira os principais erros cometidos no desfralde:
1 – Começar antes do tempo
Não existe uma idade definida para tirar a fralda das crianças. O que normalmente acontece é que a criança começa a sinalizar, dizendo que quer fazer xixi e/ou apontando para a fraldinha. No entanto, apressar o processo pode trazer prejuízo para o desenvolvimento dela. O recomendado é começar o treinamento a partir dos dois anos, pois nessa fase os filhos possuem autonomia motora para andar, tirar a roupa e expressar que estão incomodados com o cocô.
2 – Expor a criança
Assim como acontece com os adultos, ir ao banheiro é algo privado. Por isso, desde o início, os pais não devem colocar o penico, por exemplo, no meio da sala ou no quarto e nem expor a criança na frente de todos. O recomendado é usar o sanitário preferencialmente com a porta fechada, desta forma, caso a criança se suje, evita-se de que ela se sinta envergonhada.
3 – Apressar a criança
Evite ficar falando à criança para fazer logo xixi ou cocô, que está com pressa etc. O treinamento para o desfralde requer tempo e paciência. Por isso, leve junto para o banheiro algumas distrações como livros, giz de cera etc., para tornar aquele momento prazeroso e evitar o tédio e a desistência.
4 – Esperar que a escola faça isso
O momento do desfralde deve acontecer primeiramente em casa. A escola serve como base de apoio e continuidade da orientação dada pelos pais. Além disso, é preciso não fazer comparações, não é porque o coleguinha de turma está saindo da fralda que o seu filho obrigatoriamente precisa deixá-la também.
5 – Não providenciar equipamentos necessários
É necessário providenciar um penico ou um redutor de vaso sanitário para que haja mais comodidade e conforto na hora de aprender a usar o toalete. Caso opte pelo redutor de acento, é importante colocar também um apoio para os pés. Muitos pais sentam a criança no vaso com os pés no ar, porém para fazer cocô todos precisamos de prensa abdominal e os pés no chão ajudam a fazer essa força.
6 – Esperar a criança pedir
O adulto não pode ficar esperando a demonstração espontânea de vontade por parte da criança. O ideal é que o treinamento comece durante o dia e que o adulto pergunte, pelo menos a cada duas horas se ela quer fazer xixi ou cocô.
7 – Não ter calma na hora de um acidente
Uma das coisas que os pais devem evitar é dar bronca ou brigar com a criança caso ocorra um escape. Diante dessa situação, o melhor a fazer é levar o filho a um lugar reservado, limpá-lo e trocá-lo, sem ficar dizendo “nossa sujou a roupa de novo?” ou “você não aprende”. Quando essa repreensão acontece, a próxima vez para não envergonhar os pais, a criança pode tentar prender o cocô ou até ficar com a bexiga cheia, causando infecção urinária.
8 – Colocar roupas difíceis de tirar
Se a criança pedir para ir ao banheiro, os pais precisam ser rápidos. Por isso, nada de colocar calças muito apertadas ou meia-calça durante o desfralde. Desta forma, o verão é realmente um ótimo período para iniciar o processo, já que roupas leves como vestidinhos e bermudas facilitam a retirada.
9 – Não explicar o processo
Mostre para a criança para onde o cocô vai. Quando ele fizer cocô na fralda, leve a fralda suja até o penico e ponha o cocô ali, para mostrar onde é o lugar certo. Depois, esvazie o penico jogando as fezes no vaso sanitário, e dê ao seu filho o privilégio de ajudar a apertar a descarga (só se ele quiser, algumas crianças têm medo). Desta forma, o processo vai ficando cada vez mais claro na cabeçinha dela.
10 – Querer acabar de vez com as fraldas
O organismo da criança demora bastante para ser capaz de despertá-la se for necessário para fazer xixi no meio da noite. O aconselhado é que você só se aventure a tirar a fralda noturna, quando, por diversas noites seguidas, a fralda tiver amanhecido completamente seca.
11– Escolher um momento tumultuado na vida dos pais
As primeiras semanas exigem dos pais muita disponibilidade de tempo e paciência, afinal eles precisam estar dispostos a passar vários minutos com o pequeno no banheiro. Portando, o ideal é começar o procedimento quando os pais estiverem mais tranquilos (pode ser nas férias, por exemplo) e com tempo para dedicar-se a isso.
fonte: revista babies
Os primeiros anos da vida de uma criança são fundamentais para seu desenvolvimento. É nesse período que a formação de conexões cerebrais é mais propícia. Além disso, há cada vez mais evidências de que a arquitetura do cérebro é construída a partir das experiências vivenciadas. Por isso, é muito importante oferecer cuidado, afeto e estímulos o mais cedo possível à criança, até mesmo durante a gestação, para que ela possa desenvolver de forma plena habilidades como pensar, falar e aprender.
Um dos principais estímulos que pais e cuidadores podem oferecer à criança desde a gestação até os 6 anos é a leitura. Ela é tão importante que se tornou uma recomendação médica no exterior e no Brasil.
O objetivo da campanha “Receite um Livro” é mobilizar os médicos pediatras a estimularem a leitura parental para – e com – as crianças de zero a seis anos como forma de promover o desenvolvimento infantil integral.
Essa campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Pediatria, em parceria com a Fundação Itaú Social e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal … SAIBA MAIS, acesse o site: https://www.sbp.com.br/campanhas/em-andamento/receite-um-livro/
Para ganhar um kit de livros do Programa Itaú Criança cadastre-se no site: www.itau.com.br/crianca