Categoria: pediatria

22 de outubro de 2017

Na gravidez ocorrem várias mudanças metabólicas e hormonais. Uma delas é o aumento da produção de hormônios, principalmente o hormônio lactogênio placentário, que pode prejudicar – ou até mesmo bloquear – a ação da insulina materna.
Para a maioria das gestantes isso não chega a ser um problema, pois o próprio corpo compensa este desequilíbrio, aumentando a fabricação de insulina. Entretanto, nem todas as mulheres reagem desta maneira e algumas delas desenvolvem as elevações glicêmicas características do diabetes gestacional.

Por isso, é tão importante detectar o distúrbio, o mais cedo possível, para preservar a saúde da mãe e do bebê. O tratamento do diabetes gestacional tem por objetivo diminuir a taxa de macrossomia – os grandes bebês, filhos de mães diabéticas – evitar a queda do açúcar do sangue do bebê ao nascer e diminuir a incidência da cesariana.
Para a mãe, além de aumento do risco de cesariana, o diabetes gestacional pode estar associado à toxemia, uma condição da gravidez que provoca pressão alta e geralmente pode ser detectado pelo aparecimento de um inocente inchaço das pernas, mas que pode evoluir para a eclampsia, com elevado risco de mortalidade materno-fetal e parto prematuro.

Diante de tantos riscos potenciais, é essencial que as futuras mamães façam exames para checar a taxa de açúcar no sangue durante o pré-natal. As grávidas devem fazer o rastreamento do diabetes entre a 24ª e a 28ª semana de gestação.
Mulheres que integram o grupo de risco do diabetes devem fazer o teste de tolerância glicêmica, antes, a partir da 12ª semana de gestação. Os exames são fundamentais para um diagnóstico preciso, porque os sintomas da doença não ficam muito claros durante a gravidez. Muitos sintomas se confundem com os da própria gestação, como vontade de urinar a todo o momento, sensação de fraqueza e aumento do apetite.

Após o parto, geralmente o diabetes desaparece, mas essas pacientes têm grande risco de sofrerem o mesmo transtorno em gestações futuras e 20-40% de chance de se tornarem definitivamente diabéticas nos próximos 10 anos. Além das complicações no pós-parto imediato, estudos demonstraram que os fetos macrossômicos, têm risco aumentado de desenvolverem obesidade e diabetes durante a adolescência, por isso, os cuidados com a alimentação prosseguem após o parto, para mãe e filho.
http://guiadobebe.uol.com.br/diabetes-gestacional/

2 de outubro de 2017

A Apneia Obstrutiva do Sono é uma doença na qual a respiração sofre interrupções durante o sono, devido o estreitamento das vias aéreas que ficam bloqueadas. Quando ocorre a pausa na respiração.

A maioria dos pacientes que têm apneia obstrutiva do sono ronca durante a noite, isso ocorre, pois o ar tenta passar pela via aérea estreita. Entretanto, nem todos os pacientes que roncam apresentam episódios de apneia.

Além do ronco, outros sintomas da doença são: Paradas da respiração durante o sono; Sonolência durante o dia; Boca seca ao acordar; Suor excessivo durante a noite; Dor de cabeça; Irritabilidade; Depressão.

O tratamento de Motricidade Oral melhora e reabilita os aspectos funcionais e estruturais da região orofacial. Com isso, desenvolvem-se as funções de sucção, mastigação, deglutição, respiração e fala. O fonoaudiólogo orienta o paciente a relaxar a cervical, posicionar corretamente a língua e, com exercícios, melhora a ventilação nasal, a mobilidade dos músculos e aumenta a força da musculatura mastigatória.

Você pode agendar sua consulta na CLIPI com as fonoaudiólogas:

Suzi Morgado: ligue (47) 3367-0314 ou WhatsApp: (47) 9 9231-2898

Christiane R. S. de Carvalho: ligue (47) 3367-2727 ou WhhatsApp: (47) 9 8485-2727

17 de setembro de 2017

Coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues explica que o aumento da expectativa de vida da população está atrelada à vacinação.

Olhar seu filho levar aquela picadinha nos primeiros dias de vida é uma cena nada agradável de assistir. Apesar do desconforto, mesmo em adultos, é importante entendermos que a “picadinha” deve ser parte da nossa rotina, sendo fundamental para evitar doenças graves. Receber a vacina é uma das formas mais seguras para evitar doenças. Esta proteção, tão importante em diversas fases da vida, está disponível gratuitamente nos serviços públicos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Há mais de 100 anos, em 1904, aconteceu a primeira campanha de vacinação em massa feita no Brasil. Idealizada por Oswaldo Cruz, o fundador da saúde pública no país, a campanha tinha o objetivo de controlar a varíola, que então dizimava boa parte da população do Rio de Janeiro. Porém, as ações de imunização eram caracterizadas pela descontinuidade e pela baixa área de cobertura.

Para mudar essa realidade, foi criado, em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde.  O Programa transformou o Brasil em um dos países que oferece o maior número de vacinas do mundo . Veja a reportagem completa em: : http://www.blog.saude.gov.br/x80kgc

 

Coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues explica que o aumento da expectativa de vida da população está atrelada à vacinação. http://www.blog.saude.gov.br/x80kgc

Posted by Ministério da Saúde on Monday, July 31, 2017

 

6 de setembro de 2017

O QUE É A FUMAÇA DO CIGARRO?

A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes que atuam sobre os mais diversos sistemas e órgãos e contém mais de 60 cancerígenos.

O QUE É FUMANTE PASSIVO?

É o indivíduo que convive com fumantes e respira a fumaça de derivados do tabaco em  ambientes fechados. Pesquisas mostram que o tabagismo passivo é estimado como a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, só perdendo para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

CONSEQUÊNCIAS PARA A CRIANÇA

A criança exposta continuamente a um ambiente de fumantes pode sofrer consequências por toda a sua vida, tais como:

  • menor estatura
  • retardo no desenvolvimento mental
  • maior ocorrência de doenças respiratórias (pneumonia, bronquites, tosse e outros)
  • agravamento de processos alérgicos (rinites, chiado no peito, crises asmáticas), diminuição da capacidade pulmonar

FUMO E GRAVIDEZ

Fumar durante a gravidez traz sérios riscos para a gestante como também aumenta o risco de mortalidade fetal e infantil, tais como:

  • abortamentos espontâneos
  • mortes fetais e de recém-nascidos
  • gravidez tubária
  • placenta prévia
  • deslocamento prematuro da placenta
  • episódios de sangramento

A gestante fumante apresenta mais complicações durante o parto e têm o dobro de chances de ter um bebê de menor peso e menor comprimento quando comparada à gestante que não fuma.

FUMO E O BEBÊ

A nicotina também está presente no leite materno de mamães fumantes. Nesses casos, após cada mamada, o bebê poderá apresentar agitação, choro, vômito e até mesmo alterações de seu ritmo cardíaco.

A Dra. Roberta Dequi é médica Pneumologista Pediátrica da CLIPI, você pode agendar sua consulta pelo telefone: (47) 3367-2727 ou WhhatsApp: (47) 9 8485-2727.

21 de agosto de 2017

A Doença Celíaca é uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter autoimune, desencadeada pela exposição ao glúten (principal fração proteica presente no trigo, centeio, cevada, aveia e malte) em indivíduos geneticamente predispostos.

Quais as indicações para que se investigue a DOENÇA CELÍACA? O exame para a investigação da doença celíaca deve ser realizado nos pacientes que apresentam:

1) Sintomas clássicos da doença celíaca:

– Diarreia crônica, associada à distensão abdominal e perda de peso;

2) Sintomas não clássicos da doença celíaca:

– Baixa estatura;

– Anemia persistente;

– Osteoporose;

– Hipoplasia do esmalte dentário;

– Aftas recorrentes;

– Constipação intestinal refratária ao tratamento;

– Atraso puberal;

– Irregularidade no ciclo menstrual;

– Esterilidade;

– Abortos de repetição;

– Manifestações psiquiátricas (depressão, autismo, esquizofrenia);

– Neuropatia periférica;

– Artralgias (dor nas “juntas”) ou artrites;

– Fraqueza;

– Perda de peso sem causa aparente;

– Alteração das enzimas do fígado sem causa aparente.

3) Parentes de primeiro grau (pais e irmãos) de pacientes com a doença celíaca;

4) Doenças autoimunes:

– Diabetes melito dependente de insulina

– Tireoidite autoimune

– Deficiência seletiva de IgA

– Síndrome de Sjögren

– Colestase autoimune

– Miocardite autoimune

5) Síndrome de Down

6) Síndrome de Turner

7) Síndrome de Williams

8) Dermatite herpetiforme

Se seu filho apresenta algum desses critérios acima, procure um gastropediatra para realizar o exame de triagem para doença celíaca (que é um exame de sangue) e, se positivo, a confirmação deve ser feita por meio da biópsia do intestino delgado através da endoscopia digestiva alta.

O tratamento da doença celíaca consiste na dieta sem glúten por toda a vida.

Dra. Daniela Mendonça – Gastropediatra (CRM 20908 / RQE 12409)

15 de agosto de 2017

A ESCARLATINA é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria chamada estreptococo beta hemolítico do grupo A e que afeta principalmente crianças em idade escolar. Os estreptococos são, também, agentes causadores de infecções da garganta (amigdalites) e da pele (impetigo, erisipela). O aparecimento da escarlatina não depende de uma ação direta do estreptococo, mas de uma reação de hipersensibilidade (alergia) às substâncias que a bactéria produz (toxinas). Assim, a mesma bactéria pode provocar doenças diferentes em cada indivíduo que infecta.

As manifestações da escarlatina incluem uma infecção na garganta, febre e uma erupção típica na pele. O seu início é súbito com febre, mal estar, dores de garganta, por vezes vômitos, dor de barriga e prostração.

A erupção da escarlatina aparece por volta do segundo dia de doença, com início no pescoço e no tronco, progredindo em direção à face e membros. Estas alterações atingem também a língua, que se apresenta branca e saburrosa no início, progredindo para o vermelho arroxeado nos bordos e na ponta da língua.

A escarlatina como qualquer infecção bacteriana pode evoluir bem ou com complicações. Por isto não faça o autodiagnostico e muito menos tome remédios sem acompanhamento médico, consulte sempre o seu pediatra!

fonte: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-respiratoria/escarlatina/documentos/escarla_pubger07.pdf

Posted in pediatria
9 de agosto de 2017

Texto de Daniela Mendonça – Gastropediatra da Clínica CLIPI (CRM 20908 / RQE 12409)

A lactose é o açúcar do leite e é o segundo principal componente do leite materno.

Por isso, geralmente os bebês não apresentam intolerância à lactose até os 2 anos de idade e quando têm algum problema com o leite, na maioria das vezes é alergia à proteína do leite de vaca (APLV).

A intolerância à lactose é uma síndrome clínica composta por um ou mais dos seguintes sintomas: dor abdominal, diarreia, náusea, flatulência e/ou distensão abdominal após a ingestão de lactose ou de produtos alimentícios contendo lactose. A quantidade de lactose necessária para desencadear os sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida, do grau de deficiência de lactase (enzima que digere a lactose) e do tipo de alimento com o qual a lactose foi ingerida. A maioria dos casos desenvolve os sintomas no final da adolescência e na vida adulta.

Alergia é uma reação do sistema imunológico a algo que ele considera estranho, no caso da APLV, a reação é contra as proteínas do leite de vaca. Na APLV não mediada por IgE os sinais e sintomas são principalmente gastrointestinais, como diarreia com sangue e muco, vômitos persistentes, refluxo gastroesofágico de difícil controle, cólicas abdominais intensas, distensão abdominal importante, constipação intestinal por proctite e, em associação a esses sinais, o bebê pode apresentar irritabilidade e/ou baixo ganho de peso e/ou assadura recorrente de difícil tratamento. É mais prevalente em crianças menores de 2 anos e tende a melhorar com o crescimento da criança até os 5 anos de idade.

Se o bebê é amamentado e apresenta sinais de APLV, a mãe deve fazer a dieta de restrição à proteína do leite de vaca, ou seja, deve parar de ingerir leite, derivados e alimentos contendo leite. Também deve evitar a proteína da soja e de outros leites animais, como cabra e búfala, pois são proteínas semelhantes a do leite de vaca e podem fazer reação cruzada provocando os mesmo sintomas na criança. No caso da APLV, não adianta usar produtos sem lactose, pois o problema não é a lactose e sim a proteína do leite.

Esse post foi feito para reafirmar que o leite materno é sempre o melhor alimento para o bebê e que existem poucas e raras contra indicações para a amamentação!

Para agendar sua consulta com a Dra. Daniela Mendonça ligue: (47) 3367-2727

25 de julho de 2017

O que é o TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

Existe mesmo o TDAH?

Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.

Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?

Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?

Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.

No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.

Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.

Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa consequências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.

O TDAH é comum?

Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

Quais são os sintomas de TDAH?

O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:

1) Desatenção

2) Hiperatividade-impulsividade

O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.

Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Quais são as causas do TDAH?

Já existem inúmeros estudos em todo o mundo – inclusive no Brasil – demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.

Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.

O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas, chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).

Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

 

  1. A) Hereditariedade:

Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais frequente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).

Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo “desatento” ou “hiperativo” simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.

Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc…). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também se diz “concordantes”) do que os fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.

A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único “gene do TDAH”. Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.

  1. B) Substâncias ingeridas na gravidez:

Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.

  1. C) Sofrimento fetal:

Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.

  1. D) Exposição a chumbo:

Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

  1. E) Problemas Familiares:

Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais consequência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais). Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.

fonte: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html

 

30 de junho de 2017

(Texto da Dra. Desirée Tavares – Nefropediatra – CRM 11663 | RQE 7589)

A litíase renal, ou pedra nos rins, pode aparecer na infância e afetar crianças de todas as idades, desde neonatos até adolescentes. Tem um predomínio maior nos meninos e a idade mais comum de aparecimento é entre os 7 e os 10 anos. Tem sido um problema crescente na população pediátrica, devido aos hábitos modernos de vida, com excessivo consumo de alimentos ultra processados, sedentarismo e baixa ingestão de água, que é substituída principalmente por refrigerantes. Outros fatores de risco para a presença de litíase urinária são as alterações anatômicas do trato urinário, a presença de história familiar positiva para cálculo renal, infecções urinárias e algumas doenças metabólicas.

Para que se possa entender a formação das pedras é preciso saber que existem na urina fatores promotores e fatores protetores para sua formação. Não basta apenas que existam cristais na urina para que uma pedra seja formada, deve haver um desequilíbrio entre estes fatores. Urina muito concentrada, devido baixa ingestão hídrica, excesso de solutos, alteração da acidez urinária e estase urinária devido a alterações anatômicas são alguns exemplos de desequilíbrio que podem predispor a formação das pedras.

A litíase urinária pode se apresentar como cólica renal, mas nas crianças, geralmente, a queixa é de dor abdominal inespecífica em cerca de 60% dos casos, podendo estar associada a náuseas e vômitos dependendo de sua intensidade ou pode se apresentar por hematúria  (sangramento urinário) acompanhada ou não de dor.

Cerca de 90% das crianças terão alguma alteração metabólica identificada durante a investigação de um quadro de litíase, sendo que a principal delas é a Hipercalciúria (perda de cálcio na urina), responsável por até 70% dos casos. A hipercalciúria geralmente têm um caráter familiar, e não tem relação com excesso no consumo de cálcio na dieta, é uma inabilidade renal na reabsorção do cálcio.

Algumas medidas gerais são importantes na prevenção e tratamento das pedras nos rins, são elas:

  • ingesta hídrica adequada, ter o hábito de beber ÁGUA! Deixar uma garrafinha de água à disposição da criança e estimula-lá a beber. Um cálculo aproximado da necessidade hídrica da criança é de cerca de 30ml para cada quilo de peso, não ultrapassando os 2 litros em adolescentes.
  • evitar o excesso no consumo de proteínas.
  • evitar excesso de sal.
  • evitar o consumo de alimentos ultra processados, pois contém muito sódio e outros produtos adicionados que sobrecarregam os rins.
  • manter alimentação saudável, com consumo de produtos naturais.
  • praticar atividades físicas, conforme orientação do seu médico.

Portanto, manter um estilo de vida saudável é muito importante, principalmente nas crianças que têm história familiar de litíase.

Em caso de dúvidas converse com seu pediatra e se necessário consulte um Nefrologista.

11 de maio de 2017

A: APRAXIA DE FALA: é considerada um distúrbio motor (neurológico) que  afeta a produção dos sons da fala. Apraxia em crianças também existe. Não ocorre apenas em Adultos!

B: BOCA: a boca da criança parece ficar “perdida” em como falar. A criança quer se comunicar, sabe o que quer dizer, mas parece que sua boca não sabe como se movimentar.

C: CÉREBRO: o cérebro deve planejar e programar a sequências de gestos e movimentos articulatórios para produzir a fala. E na Apraxia esse é o grande desafio! O cérebro fica confuso!

D: DIADOCOCINESIA: é a capacidade que uma pessoa tem em realizar movimentos rápidos e alternados. Na Avaliação Fonoaudiológica, umas das tarefas solicitadas à criança é repetir alternadamente sequencias silábicas. Crianças com Apraxia irão falhar nesta tarefa! Sequencializar sílabas para formação de palavras é um grande desafio para elas.

E: ESPERAR. Uma criança com dificuldade no desenvolvimento da fala e especialmente, para as que apresentam Apraxia, ESPERAR pode significar perder um tempo importante de ESTIMULAÇÃO. Cuidado com a orientação: “ah espere ela ainda é muito novinha”. Sejam vigilantes!

F: FONOAUDIÓLOGOS.  Fonoaudiólogos são essenciais no tratamento de uma criança com Apraxia e para sua família também. A sua responsabilidade é enorme. O desafio é enorme e a profissão é maravilhosa, é nobre… criar a oportunidade de uma criança se comunicar a torna mais humana, mais inserida nesse mundo de desafios em que vivemos todos os dias!

G: GRITAR! A criança com Apraxia quer GRITAR para todo mundo, que ela sabe muito mais do que ela diz, do que ela fala, que ela entende muito mais do que podem imaginar. A angústia de não conseguir, é grande;  e precisamos ser sensíveis a isso. Temos que tentar facilitar o caminho para elas e não deixá-lo ainda mais pesado. Cuidado com as pressões! Cuidado com as exigências e perfeições!

H: HELICÓPTERO! Uma palavra com 5 sílabas!!! Uau!! Um grande desafio. Na Apraxia quanto mais sílabas as palavras têm, mais dificuldade a criança terá, mais sequencias de movimento ela terá que planejar!

I: IMITAÇÃO. A Apraxia acomete a capacidade de imitação da criança. A imitação global pode estar prejudicada, como por exemplo, a imitação de movimentos do corpo, de gestos até a imitação da fala. Os pais ficam na frente da criança repetindo, mas percebem que ela não consegue imitar.

J: JUNTOS. Estamos todos juntos! A criança, seu pai, sua mãe, seus avós, suas cuidadoras, suas professoras, outros profissionais da saúde. Precisamos estar todos juntos! Juntos para vencer os desafios que a Apraxia nos impõe!

K: KIDS. Kids significa criança. Sim, a Apraxia de Fala afeta crianças também!

L: LÁBIOS/LÍNGUA:  A Apraxia afeta o controle motor dos lábios, da língua (a criança parece não saber como movimentá-los e não existe uma paralisia ou uma hipotonia significativa. Existe uma dificuldade de planejar, de coordenar os movimentos dos lábios e da língua.

M: METAS: nas terapias é muito importante os profissionais estabelecerem e definirem quais serão as metas. Por onde começar? Quais objetivos? Que estratégias serão adotadas para atingirmos esses objetivos? Utilizar PISTAS multissensoriais sempre é o caminho!

N: NUNCA DESISTIR. Atender uma criança com Apraxia não é uma tarefa fácil. É uma terapia trabalhosa, que desafia o profissional, que desafia a expectativa dos pais e da própria criança. Mas NUNCA, NUNCA DEVEMOS DESISTIR! Esperança, acreditar sempre!

O: OUÇA MINHA VOZ. Isso é o que toda criança com Apraxia nos pede o tempo todo! Elas querem ser ouvidas, querem ser atendidas, querem participar, querem ser incluídas na família, na escola. Lembre-se que apesar de não falarem, ou de não conseguirem falar de forma clara, elas têm muita a nos dizer, mesmo que ainda seja, pelo olhar, pelo toque, pelas mordidas, pelo choro, pela irritação! Não desconsidere a necessidade de Comunicação Alternativa.

P: PLANEJAR E PROGRAMAR. O cérebro da criança com Apraxia fica confuso! Ele não consegue planejar, programar e coordenar os movimentos dos articuladores para produzir sequencialmente os sons da fala. Os Fonoaudiólogos atuam justamente nesse processo, de suprir o que o cérebro da criança não está dando conta de desafio.

Q: QUANTO. Quanto tempo uma criança com Apraxia levará para falar normalmente? Ou QUANTO tempo de terapia ela irá precisar? DEPENDE! Depende da gravidade do quadro, da idade, de quando foi feito o diagnóstico, da abordagem terapêutica utilizada, do envolvimento da família, do comportamento da criança, etc.

R: REPETIÇÃO. Um dos princípios da intervenção é a Repetição. Por que repetir várias vezes os alvos que estão em treino? Para a criança conseguir criar a memória dos planos motores (para ela conseguir reter/memorizar a sequência de gestos articulatórios). Mas precisamos encontrar formas lúdicas de fazer isso para não ficar cansativo e desmotivador para a criança.

S: SEQUÊNCIA. A criança com Apraxia apresenta muita dificuldade para sequencializar os movimentos dos articuladores, por isso, ela acaba simplificando falando apenas silabam isoladas (geralmente as últimas) ou apenas as vogais das palavras. Estimular atividades que tenham sequencias de movimentos é sempre muito bacana!

T: TREINAR TREINAR TREINAR… Apraxia afeta o planejamento motor. E como toda habilidade motora que vamos aprender, precisamos de treino, muito treino!

U: UVA….palavras com menos silabas são mais fáceis, podemos começar com elas. Outros exemplos: papa, mama, dá, pepa, ect..

V: VOLUNTÁRIO. Apraxia afeta o controle voluntário dos movimentos da fala, demanda consciência do movimento. A criança pode conseguir fazer um determinado movimento inconscientemente (por exemplo, estalar a língua, como imitando um cavalinho), mas não irá conseguir fazer o mesmo movimento sob comando (exige controle voluntário, que ela tem muita dificuldade).

W: WHEN? Traduzindo do Inglês..QUANDO? Quando minha criança irá falar? Pergunta complexa e que depende de muitos fatores.

X: EXTRA. Atividades extras, como esportes, podem ser benéficas! Tirar um cochilo, descansar um pouquinho antes das terapias… e BRINCAR, a agenda de uma criança com Apraxia é “cheia”, e elas também precisar de lazer.

Y: YES – SIM! Sim, o desafio é grande, mas juntos podemos vencer a Apraxia.

Z: ZANGADA. A criança com Apraxia fica zangada, irritada, desmotivada quando solicitamos algo que ela ainda não dá conta de fazer, de falar, de responder. Lembre-se que a criança com Apraxia não fala porque ela é mimada ou porque “os pais não estimulam”. Elas não falam porque FALAR É UM GRANDE DESAFIO PARA ELAS.

Fonte: http://apraxiabrasil.org/%EF%BB%BFabc-da-apraxia-de-fala-na-infancia/