A obesidade é uma doença crônica que pode levar a uma série de complicações, como doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças ortopédicas, alguns tipos de tumores, hipertensão arterial, e aumento nos níveis de colesterol. Além disso, o excesso de gordura corporal pode comprometer o bem estar social da criança, que pode ser vítima de exclusão e bullying.
Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que um terço das crianças brasileiras está acima do peso, sendo que 15% das crianças entre 5 e 9 anos são classificadas como obesas.
Esse estado nutricional ocorre, na maior parte dos casos, por um desequilíbrio entre o consumo dos alimentos e o gasto de calorias. Ou seja, os hábitos atuais como o sedentarismo, ingestão de alimentos hipercalóricos (fast food, doces), e o excesso alimentar são os grandes vilões.
Hoje, também já se conhece alguns fatores de risco para a obesidade infantil, tais como: sobrepeso materno antes da gravidez, o tabagismo durante a gestação, crianças que nasceram pequena para a idade gestacional ou com mais de quatro quilos, o rápido ganho de peso no primeiro ano de vida, crianças que não receberam leite materno, e a introdução precoce de alimentos sólidos (antes dos 4 meses de vida).
É extremamente importante salientar que o ultrapassado dito popular: “a criança cresce e emagrece” não é totalmente real, uma vez que 40% das crianças obesas com 7 anos de idade irão se tornar adultos obesos, e até 80% das crianças obesas com 10 anos irão ter peso em excesso após a adolescência.
Converse com o pediatra e evite essa doença tão grave nos seus filhos, o melhor tratamento para as doenças crônicas ainda é a prevenção.
Paulo Roberto Fortunato do Nascimento
Endocrinologista Pediátrico (CRM 14785/SC)
A preocupação com a estatura da criança é uma das principais queixas nos consultórios de pediatria. Visto isso, para abordar o assunto, escolhi algumas das questões mais frequentes do dia a dia do endocrinologista pediátrico:
1) O meu filho realmente tem baixa estatura?
Uma criança com suspeita de baixa estatura precisa preencher basicamente um dos três critérios:
Estar crescendo abaixo da estatura alvo, determinada pela altura dos pais.
Ter uma estatura muito abaixo do aceitável para a idade e sexo da criança.
Crescer com uma velocidade abaixo do normal entre as avaliações médicas.
2) Todas as crianças com baixa estatura são portadoras de alguma doença?
Nem sempre. Uma grande parte das crianças com baixa estatura não apresenta nenhuma doença. Entretanto, é importante excluir patologias que estejam comprometendo o estado nutricional, a produção de hormônios (tireóide, hormônio de crescimento), os ossos e outros órgãos.
3) O hormônio de crescimento está indicado para todas as crianças com baixa estatura?
Não. Existem indicações bem específicas, e a principal delas é quando a criança não produz, em níveis adequados, o hormônio de crescimento. Esse diagnóstico é feito através do acompanhamento clínico e exames laboratoriais.
A avaliação da estatura da criança é um dos principais indicadores de saúde. É importante estar procurando avaliação pediátrica na suspeita do seu comprometimento.
Paulo Roberto Fortunato do Nascimento
Endocrinologista Pediátrico (CRM 14785/SC)